Plano de carreira causa impasse. Daniel defende anulação e servidores ameaçam greve

Prefeito de Marília enfrenta primeira crise política. Sindicato afirma que não está organizando. Daniel fala em "armadilha".
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O prefeito de Marília, Daniel Alonso, anunciou hoje que vai mesmo pedir à Câmara a anulação do Plano de Carreira aprovado no final do ano passado. "Não é um plano de carreira. É uma armadilha. É um plano de reclassificação de cargos e salários", afirmou Daniel em entrevista coletiva, garantindo que a folha terá um inchaço de 40%. Essa medida teve uma forte reação contrária dos servidores, chegando-se em falar até em greve. "Não está sendo organizada pelo Sindicato. Mas, a gente não descarta manifestações na Câmara", afirmou o presidente do Sindmar, Mauro Cirino.

Equipe de Daniel se reúne com sindicato dos servidores.

Na entrevista, Daniel Alonso explicou que o ex-prefeito Vinicius Camarinha enviou para a Câmara um projeto de orçamento para 2017 menor que no ano anterior e ao mesmo tempo conseguiu a aprovação do plano de carreira que vai provocar um aumento nas despesas na folha de pagamento em torno de R$ 5 milhões/mês (totalizando 60 milhões de reais/ano).

Para ele, isso caracteriza "um crime de responsabilidade fiscal e querer transformar Marília numa Venezuela". Citou o exemplo de um funcionário que passaria a ter um reajuste sslarial de 88% com essa reclassificação.

NEGOCIAÇÕES - Nesta semana, o prefeito se reuniu com a diretoria do Sindicato dos Servidores e também com 11 dos 13 vereadores procurando expor a situação econômica que herdou e o impacto econômico provocado pelo plano. Daniel se comprometeu a elaborar um novo plano de carreira "justo e sustentável". Mas, está encontrando resistências.

O presidente do Sindicato da categoria, Mauro Cirino, disse que a entidade não está organizando uma possível greve, mas não descartou a possibilidade de protestos no dia da votação do projeto pela Câmara. Ele já questiona inclusive o horário que será marcada a sessão extraordinária (provavelmente na próxima semana).

Mauro Cirino não descarta manifestações.

"Desde 1991 que nós estamos esperando o plano de carreira. Não vou entrar no mérito se foi uma vingança (do ex-prefeito Vinicius Camarinha por ter perdido as eleições), mas o clima é de revolta muito grande se o plano for revogado", afirmou Mauro. Pelo que circula nas redes sociais, a paralisação dos funcionários municipais poderá ocorrer a partir do dia primeiro de fevereiro, caso o plano seja revogado.

COMISSIONADOS - Na coletiva, Daniel Alonso também falou sobre os cargos comissionados. Ele negou que durante a campanha tenha defendido a extinção (teria ocorrido numa entrevista ao vivo à TV TEM), mas que sejam uma "cabide de emprego". Para ele "precisamos de funcionários que trabalhem e sejam dedicados".

Voltou a afirmar que está realizando um estudo em cada Secretaria para extinguir "de forma responsável" 30% dos cargos comissionados. E alfinetou o ex-prefeito pelo fato de ter acabado com esses cargos após as eleições: "por que ele não extinguiu no dia primeiro de janeiro de 2013?".

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