
Por Marcos Boldrin
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Tragédias em razão de rompimento das barragens em Mariana (2015) e Brumadinho (2019); incêndios na Boate Kiss, no município de Santa Maria, Rio Grande do Sul (2013), no Centro de Treinamento do Flamengo (2019) e no Museu Nacional (2018), ambos na capital carioca, além do provocado por um vigilante noturno na própria creche em que trabalhava, no município de Janaúba, em Minas Gerais (2017); atentados a tiros a alunos em escolas públicas no Rio de Janeiro (Massacre de Realengo, em 2011) e Suzano, 2019; queda do helicóptero que vitimizou fatalmente o jornalista Ricardo Boechat (2019), em São Paulo.
Pelo mundo: ataques às mesquitas de Masjid Al Noor e de Linwood, na Nova Zelândia (2019); as também quedas das aeronaves da Boeing - na Indonésia (2018) e Etiópia (2019), além da que transportava o jogador Emiliano Sala, no Canal da Mancha (2019).
Ainda, computemos as já esperadas anuais catástrofes causadas pela natureza, como os alagamentos (tão constantes em São Paulo e Rio de Janeiro) e os desbarrancamentos que indistintamente resultam em desabamentos e transtornos à população, exigindo, de imediato, a firme atuação das diversas Defesas Civis locais.
Órgãos públicos, instituições religiosas, organizações públicas e privadas, nenhuma está totalmente livre de ser atingida ou ter sua marca negativamente impactada pelos efeitos dos sinistros.
Presidentes da República, de corporações, Prefeitos, demais atores do mundo político, personalidades públicas, celebridades, empresários, donos de seus próprios negócios: todos podemos estar, de uma hora para a outra, expostos, com os olhos da população e seguidores a observar nosso primeiro passo. Depois, seus efeitos... e o que faremos em seguida.

Enquanto Líderes, autônomos ou não, seja quais forem os níveis corporativos: o que faríamos se uma crise destes tipos se instalasse? Qual seria o nosso primeiro passo?
Uma pergunta assustadora e cuja resposta se faz complexa em razão da própria natureza e contingências do evento: depende.
O que não pode acontecer é, apoiados nisto, ficarmos de braços cruzados, evitando, fugindo do tema, na iminência de o fato acontecer – um sentimento de negação peculiar a todos nós, numa falsa expectativa de que nunca acontecerão conosco ou, se ocorrer, não seremos responsáveis por eles, uma vez que nada teríamos a fazer: ocorreu; uma mera fatalidade.
Em razão do espaço, divido este artigo em partes que serão semanalmente disponibilizadas para que, ao menos, tenhamos um direcionamento elementar, primordial, uma espécie de "esqueleto" que nos socorra, enquanto líderes, em uma eventual ocorrência na qual precisemos intervir.
Fatídico ou não, toda tragédia pode ser antecipada e possui mecanismos de prevenção: no Brasil, diversas legislações próprias e específicas para cada ramo de negócios estabelecem as exigências mínimas e o dimensionamento de eventuais sistemas de proteção.

Do respeito ao Códigos de Obras e Edificações dos Municípios, passando por Normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), Regulamentadoras do Ministério do Trabalho, das Companhias Seguradoras, Códigos de Ética próprios, entre outros, tudo se resume a um estrangeirismo que, felizmente, se cristaliza no vocabulário executivo nacional: "compliance", ou a responsabilidade que todos temos em cumprir normas, regulamentos e políticas institucionais e corporativas.
Uma liderança que esteja em "compliance" e que detecte preventivamente ameaças e incertezas no universo de possibilidade das catástrofes, acidentes, enfim de eventuais crises (de impactos efêmeros ou perenes), somada a um plano antecipado de contingência bem elaborado, transparece preocupação com gente e com o meio ambiente, se mostra eficiente e eficaz.
Garante integridade civil e criminal para com os efeitos jurídicos.
Demonstra confiabilidade em sua marca, a maior blindagem de seu "brand".
O principal: protege o planeta, vidas e a integridade física e emocional das pessoas – a maior vantagem competitiva em qualquer negócio.
No próximo artigo, analisaremos o que devemos considerar antes da deflagração da ocorrência de uma crise. E o que podemos fazer, desde já, para criarmos valor enquanto Líderes.
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Marcos Boldrin é Tenente Coronel da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Arquiteto e Urbanista.
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