Elize Matsunaga, condenada por esquartejar o marido, escreve livro sobre o crime

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Ela relata como matou o marido: “Atira, sua fraca, vagabunda”.

Dez anos após matar e esquartejar o marido, Elize Matsunaga quer publicar o livro autobiográfico "Piquenique no Inferno", que escreveu à mão na prisão, para pedir perdão à filha, que está impedida de ver desde 2012. Ela quer contar à garota que cometeu sozinha o crime contra o pai dela, Marcos Matsunaga, para se proteger das ofensas e agressões do marido.

Elize Matsunaga exibe cartaz na sa?da de pres?dio ? Foto: Andr? Bias/TV Vanguarda

Elize Matsunaga exibe cartaz na saída de presídio

A expectativa dela é de que a menina, atualmente com 11 anos, possa ler a obra um dia, quando estiver adulta, e conhecer a versão da mãe para o que aconteceu: desde sua origem humilde até os relatos de ter sido vítima de violência sexual na adolescência e doméstica quando se casou.

Por decisão da Justiça, a guarda da filha está com os avós paternos, que proíbem o contato da criança com a mãe.

O crime foi cometido em 19 de maio de 2012 no apartamento do casal, na Zona Oeste de São Paulo, e teve repercussão na imprensa por envolver uma bacharel de direito casada com um empresário herdeiro da indústrias de alimentos Yoki. Ele tinha 42 anos à época; ela, 30.

Minha amada [filha], não sei quando você lerá essa carta ou se um dia isso irá acontecer. Sei o quão complicada é nossa história, mas o que eu escrevo aqui não se apagará tão fácil”, escreve Elize, atualmente com 40 anos, numa carta incluída na obra.

Elize escreveu o livro num caderno escolar com uma capa que mostra tr?s crian?as brincando; Ao lado o t?tulo provis?rio da obra: 'Piquenique no Inferno' ? Foto: Reprodu??o/Arquivo pessoal

Elize escreveu o livro num caderno escolar com uma capa que mostra três crianças brincando; Ao lado o título provisório da obra: 'Piquenique no Inferno'.

As informações chegaram até a ser usadas por sua defesa no seu julgamento para sensibilizar os jurados. Numa das passagens, por exemplo, a bacharel conta ter sido estuprada pelo padrasto quando tinha 15 anos.

Em 2016, Elize foi condenada pela Justiça a 19 anos, 11 meses e um dia de prisão em regime fechado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Mas em 2017, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reduziu a pena dela para 16 anos e três meses. Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), Elize conseguiu a progressão de regime e atualmente cumpre pena no semiaberto na penitenciária feminina de Tremembé, no interior paulista.

 

 

 

 

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