Dos quase 27 mil acidentes com lagartas registrados no Brasil (entre 2019 e 2023), 20% envolveram crianças de até nove anos, segundo Boletim Epidemiológico divulgado recentemente pelo Ministério da Saúde. Os casos foram mais frequentes durante os meses de verão – exceto no Nordeste, quando o pico de incidência foi em maio.
A hipótese é que o período de calor favorece o contato com o animal, uma vez que as crianças tendem a passar mais tempo ao ar livre devido às férias escolares, e é nesta mesma época que aumenta a população dos insetos em estágio larval.
“É importante reforçar a atenção durante o período, principalmente em relação às lagartas Lonomias. Elas costumam viver aglomeradas nas árvores e a coloração se confunde com o tronco, o que dificulta a visualização”, aponta a diretora de produção de soros do Instituto Butantan, Fan Hui Wen.
Podendo causar acidentes mais graves e até provocar a morte, esse gênero de lagarta foi responsável por mais de 4 mil acidentes no intervalo analisado pelo boletim.
As lagartas com potencial para causar acidentes são o estágio larval de um grupo chamado de lepidópteros e dividem-se em duas grandes famílias: a Megalopygedae, que engloba as famosas “cabeludas”, geralmente de hábito solitário; e a Saturniidae, que compreende as chamadas “espinhudas”, como as Lonomias.
O que fazer em caso de acidente?
Em caso de contato com qualquer tipo de lagarta, a recomendação é lavar o local com água corrente e sabão neutro, e realizar compressas de gelo para amenizar a dor.
Se for possível, tire uma foto do animal e siga imediatamente para a unidade de saúde mais próxima para uma correta identificação e a consolidação dos protocolos de diagnóstico e tratamento.
As regiões das mãos e dos braços são as mais atingidas. Sintomas como dor em queimação, às vezes intensa, vermelhidão e inchaço local podem aparecer. Na maioria das vezes, porém, o desfecho é positivo e não envolve o agravamento do quadro de saúde. Entretanto, a rapidez no atendimento médico pode fazer toda a diferença.
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