Alerta: aquífero usado para abastecer Marília não tem reposição de estoque suficiente, aponta estudo

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Considerado um dos maiores reservatórios de água doce subterrânea do mundo, com grande importância econômica, social e ambiental, sendo usado também em Marília através da perfuração de "poços profundos", para garantir abastecimento de água à população, o Aquífero Guarani está com uma reposição de águas abaixo do necessário para garantir a manutenção da quantidade disponível no reservatório.

O problema foi constatado por meio da uma pesquisa conduzida pelo Instituto de Geociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro.

O reservatório que atende 90 milhões de pessoas (se estende por áreas do Sul e Sudeste do país, além de Paraguai, Uruguai e Argentina), é responsável pela manutenção do nível de rios e lagos em algumas áreas do interior paulista durante o período de seca. 

Em Marília, existem pelo menos quatro poços profundos que foram perfurados no aquífero, todos com mais de mil metros de profundidade, conforme levantamento divulgado durante um simpósio brasileiro de recursos hídricos.

Superexploração do aquífero

O pesquisador Didier Gastmans afirmou que os indícios de superexploração estão claros no monitoramento dos poços e do nível dos reservatórios, atingindo aqueles próximos das regiões de afloramento, que têm níveis de dois a três metros mais baixos, em média, mas também os grandes poços de exploração para indústria e agronegócio, nos quais o rebaixamento atinge médias de 60 a 70 metros em dez anos.

Nessa dinâmica "a água tem uma determinada profundidade no poço e vai baixando, o que demanda poços mais profundos e bombas mais potentes. Na porção oeste (do estado de São Paulo - inclui Marília e região) a gente fala de grandes produtores e sistemas para abastecimento público. Pequenos produtores já sentem esse impacto em algumas regiões próximas da área de afloramento", esclareceu.

Gastmans criticou a falta de um conjunto claro de ações por parte dos órgãos públicos, afirmando que a primeira ação necessária é conhecer os usuários. "É necessária a implantação de um sistema de monitoramento em tempo quase real, para conhecer e dimensionar os atendimentos e as políticas de curto e médio prazo", enfatizou. Com informações da Agência Brasil.

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