Alimentação, não exercício, é a chave para combater obesidade

A obesidade representa "apenas a ponta do icebergue" dos efeitos adversos da má alimentação.
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A actividade física tem um papel relativamente pequeno no controlo do peso e a atenção de políticas públicas contra a obesidade deveria estar na qualidade da alimentação. É o que defende um artigo assinado por médicos numa publicação científica britânica.

"A actividade física regular reduz o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, demência e algumas formas de cancro em até 30%", escrevem os investigadores no British Journal of Sports Medicine.

Os especialistas dizem querer desfazer o que chamam de "mitos" sobre o exercício físico e a obesidade. "A actividade física não promove a perda de peso", argumentam.

O texto, assinado por três especialistas da Grã-Bretanha, EUA e África do Sul, responsabiliza o problema da obesidade no elevado consumo de açúcar e hidratos de carbono nas dietas modernas.

E ataca a indústria alimentar por incentivar a percepção equivocada de que o exercício possa compensar os efeitos negativos da má alimentação.

Os cientistas dizem que até 40% dos indivíduos com peso considerado normal enfrentarão anormalidades metabólicas associadas com a obesidade por causa de hábitos alimentares inadequados. Também observam que a obesidade representa "apenas a ponta do icebergue" dos efeitos adversos da má alimentação na sociedade.

Para o cardiologista Aseem Malhotra, da Academy of Medical Royal Colleges, na Grã-Bretanha - um dos médicos que assina o artigo - "uma pessoa obesa não precisa de fazer nenhum exercício para perder peso, só precisa de comer menos".

"A mensagem que tem sido transmitida ao público sugere que você pode comer o quanto quiser, desde que faça exercício físico. Isto não tem base científica. Não se pode compensar os efeitos de maus hábitos alimentares com exercício." informa o cardiologista Aseem Malhotra, da Academy of Medical Royal Colleges

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