Após ser pressionado na CPI da Petrobras, delegado mariliense volta à rotina

Objetivo dos deputados petistas era desmoralizar a PF na operação Lava Jato. Não conseguiram
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O delegado da Polícia Federal, José Navas Junior, já voltou às atividades normais em Marília depois de passar por uma verdadeira "sabatina" dos deputados integrantes da CPI da Petrobras que convocou agentes federais para explicar se participou das interceptações de mensagens telefônicas entre os investigados da Operação Lava Jato. Navas negou.

A reportagem do portal Visão Notícias conversou nesta manhã com o delegado, mas ele disse que não poderia dar mais detalhes e nem sua opinião sobre o resultado do depoimento.

Delegado Navas durante depoimento à CPI

Fontes informaram que o objetivo dos parlamentares da base aliada do governo era conseguir alguma declaração que comprometesse toda a operação, "desmoralizando" a Polícia Federal. Mas, todos os depoimentos foram "firmes".

A convocação dos policiais provocou críticas na CPI. A deputada Eliziane Gama (PPS-MA) e o deputado João Gualberto (PSDB-BA) apontaram suposto interesse do PT em questionar a legalidade da Operação Lava Jato da PF.

Veja o depoimento do delegado e dos demais agentes, clique AQUI

Navas integrou o grupo de policiais federais que foram ao Canadá em 2012 aprender como armazenar tecnicamente as informações resultantes das interceptações autorizadas pela Justiça. No depoimento aos deputados, disse que não teve acesso aos dados interceptados.

PRESSÃO - O deputado Valmir Prascidelli (PT-SP) criticou a operação. “Se era para buscar tecnologia, munir a PF de mais tecnologia para as operações, porque tanto sigilo?”, questionou.

A reunião da CPI foi marcada por bate-boca e crítica de deputados a algumas convocações da CPI, que ocorreram por votação simbólica e em bloco junto com cerca de 80 outros requerimentos, entre eles, o da advogada Beatriz Catta Preta.

A advogada, convocada no dia 9 de julho, atuou em nove dos 22 acordos de delação premiada firmados na Operação Lava-Jato, entre os quais, o do ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo, que acusa o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de pedir US$ 5 milhões em propina.

ANULAÇÃO - As defesas dos ex-deputados e da empreiteira OAS argumentam que os dados foram obtidos ilegalmente. Os advogados alegam que a Polícia Federal não respeitou acordo de colaboração internacional entre o Brasil e o Canadá ao procurar diretamente a fabricante do telefone e não o Ministério da Justiça Canadense.

A defesa de André Vargas pede a anulação das provas alegando que ele não poderia ter sido investigado sem autorização do Supremo Tribunal Federal, já que na época era deputado.

IRRITAÇÃO - O relator fez uma série de perguntas técnicas a respeito da obtenção dos dados e da segurança do sistema. “Como a PF pode ter certeza de que os dados se mantêm íntegros? Alguém pode alterar os conteúdos? Quais as medidas de segurança adotadas pela PF para impedir isso?”, perguntou o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio, ao agente Sérgio Ramalho Rezende.

O nível técnico das perguntas intrigou os deputados. “Não estou entendendo o objetivo das perguntas”, disse a deputada Eliziane Gama (PPS-MA). O deputado Leo de Brito defendeu os depoimentos. ”Foi montado um verdadeiro Big Brother na Polícia Federal do Paraná”, alegou o deputado.

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