Impossível escapar da discussão entre as principais lideranças paulista e federal: manter a estratégia atual de combate à atual pandemia com o isolamento social ou preservar a economia de inescapáveis choques devastadores que virão? Confira o artigo de Marcos Boldrin*, no portal Visão Notícias
Quem seguir?
Se o discurso das autoridades em defesa de um ou de outro lado da sociedade é demagógico ou de real sensibilidade pelos que defendem não é o mérito aqui, posto que com eles não tenho convivência e desconheço o que realmente se passa nos corredores do poder.
Há uma questão, no entanto, que perpassa todas estas tendo como pano de fundo, ao menos, uma regra geral tão difundida e ainda mais válida a elas: calma.
A ordem pública
Situação em que todos nós, os cidadãos, acolhemos e respeitamos aquilo que nossas autoridades pedem e determinam, em que não se rompe o estado de legalidade normal (não roubar, não furtar, não traficar, não matar ninguém...) e que seja talvez a maior força momentânea que garanta as atuais condições de calmaria e ausência de pânico para que nossas autoridades possam refletir e exercerem suas atribuições – começa a apresentar suas fissuras: as pessoas já começam a não mais enxergar que todos remamos rumo a uma e uma só frente; já começam a voltar a suas rotinas normais informalmente (embora “respeitosamente à meia-porta”); com comércio ambulante já dando seu ar da graça (veja a imagem abaixo).
Delegar somente a uma ou outra instituição pública a responsabilidade pela mantença desta ordem de tranquilidade, salubridade e segurança públicas, numa terra em que os modelos de políticos e gestores públicos nos ensinaram, ao longo de décadas, que transgredir as regras e desviar recursos públicos garantem farta riqueza e construção de patrimônios que permitam opulentos, ricos jantares nas grandes capitais mundiais da sofisticação, é, no mínimo, ato de covardia.
Se e somente se após o tecido do respeito à ordem for rompido, não por convulsão social, mas por incapacidade de os governantes se calarem (ao menos publicamente), de se alinharem e mostrarem aonde devemos ir é prova ainda maior de que, independentemente em quem votamos, toda nossa comoção, manifestação, dias deixados de trabalho, respeito, perdas financeiras e, pior, de familiares.... bem, todas as nossas perdas pessoais e coletivas foram, são e serão em vão.
Liderança, mais do que impor de cima pra baixo, é construída também lateralmente, além do alinhamento com quem acima esteja.
Liderar é fazer, minimamente, interagir com respeito, influenciando gente e se deixando influenciar, sendo sensível a uma determinada conjuntura, buscando alcançar objetivos e metas éticas de forma também assim, ética.
Do contrário, a máxima do historiador ateniense do século V a.e.c, Tucídides, ao explicar porque o povo de Melos deveria deixar de apoiar os espartanos, se fará pertinente: “Os poderosos extorquem o que podem... e os fracos concedem o que devem”.
O que seria uma pena.
Valeu e Sucesso!
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* Marcos Boldrin é urbanista, arquiteto e militar da reserva.
marcos@marcosboldrin.com.br
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