A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as pesquisas sobre a fosfoetanolamina sintética, popularmente conhecida como a pílula do câncer, ouviu nesta semana a auditora Bernadete Cioffi, vice-presidente do Instituto Viva Fosfo. Ela participou da pesquisa do Instituto do Câncer de São Paulo Octavio Frias de Oliveira (Icesp). A comissão terá o prazo de 90 dias, prorrogáveis por até 45 dias, mediante aprovação de maioria dos membros, para concluir os seus trabalhos.
As pesquisas previam a participação de 210 pacientes, com 10 tipos de câncer. No entanto, suspensos desde março deste ano, os estudos não conseguiram definir a dosagem do medicamento. Cioffi, que participou da segunda fase da pesquisa, afirmou que há irregularidades que não foram corrigidas no protocolo final. “Legalmente, uma pesquisa precisa ser auditada desde o seu princípio”, disse.
De acordo com a auditora, seria necessário um estudo de farmacocinética para verificar as vias e a metabolização da substância pelo organismo, acompanhando a molécula desde a sua ingestão até a excreção. “Esse estudo é essencial para estabelecer a dose exata para que o medicamento seja eficaz. O material dos pacientes foi colhido, mas o exame da farmacocinética, que é obrigatório, não foi feito”, disse Cioffi.
“O relatório da auditora Bernadete Cioffi declara a não conformidade dos procedimentos da pesquisa. Se eles não seguiram o padrão do roteiro, isso é suficiente para invalidar o estudo”, declarou o deputado Roberto Massafera, que presidiu a reunião.
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