Mulheres paraguaias com idades entre 18 e 30 anos que estejam acima do peso se preparam para mais uma edição do concurso Miss Gordita do Paraguai criado pelo brasileiro Michael Beras, conhecido como Mike.
Vestidas com maiôs e de biquínis, as rainhas e candidatas dos concursos anteriores ilustraram no ano passado o calendário de um jornal popular no Paraguai, o Crónica. Elas também apareceram em programas de TV e fazem campanha contra a discriminaçao no YouTube.
O gaúcho Mike Beras, de 41 anos, chegou à capital paraguaia com a família brasileira 25 anos atrás e notou o drama da obesidade no país. Segundo o Ministério da Saúde Pública e Bem-estar Social, cerca de 57,6% da população paraguaia maior de 20 anos tem sobrepeso ou é obesa.
"Nosso objetivo é que elas deixem de se sentir mal por causa do peso. Muitas chegam aqui (às primeiras etapas do concurso) de cabeça baixa, tímidas. E passam a erguer a cabeça, a se maquiar, a ser mais vaidosas", disse
Autoestima
Este ano, 50 mulheres se inscreveram para a competição e 13 estão nas eliminatórias.
O júri – composto por doze pessoas, entre jornalistas, profissionais da área de beleza e da saúde – definirá, em uma discoteca da capital paraguaia, a vencedora entre as "gorditas".
A atual Miss Gordita, Cintia Colina, diz que se sentiu discriminada durante muito tempo e foi se isolando dos demais. Ela conta que ficava a maior parte do dia no computador, levando uma vida sedentária.
"Até que um dia eu vi que pesava 140 quilos e disse: 'chega'. Decidi me amar mais e o Miss Gordita me ajudou muito a melhorar minha autoestima", afirma.
O concurso tem três objetivos: a inclusão das mulheres com excesso de peso, a luta contra a discriminação e a melhoria da autoestima das participantes.
Mas após o concurso, a vencedora ganha acesso a tratamentos para ter um peso saudável, de acordo com profissionais de saúde.
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