Brasileiros que pagam mais de R$ 100 mil para ter filhos em Miami

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O primeiro choro do pequeno Marc, após vir ao mundo, representou a concretização do que o casal Miriane Becker, de 36 anos, e Thiago Panes, 40, considera um de seus maiores investimentos. O bebê nasceu em Miami, na Flórida.  Para que o parto do bebê ocorresse no país norte-americano, Miriane e Thiago desembolsaram, ao menos, R$ 100 mil.

O casal, que mora em Cuiabá (MT), fez economias por dois anos para o nascimento do filho nos Estados Unidos. Ele trabalha como piloto de avião e a esposa é advogada. "Tudo isso valeu a pena, porque sei o quanto vai ser importante para o meu filho, no futuro, ter a nacionalidade americana", declara Panes.

O casal recorreu ao serviço "Ser Mamãe em Miami", oferecido pelo pediatra Wladimir Lorentz, de 49 anos. Brasileiro, o médico mora nos Estados Unidos, onde se formou, desde os 15 anos. Em Miami, notou o grande número de estrangeiros que iam à região somente para ter o filho, para que a criança tivesse nacionalidade americana.

De olho nesse filão, Lorentz deixou a clínica em que trabalhava e criou, há três anos, a agência de partos para atender mães de todos os países que queriam ter filhos nos EUA. Logo nos primeiros meses, decidiu focar no Brasil e na América Latina. O pediatra relata que, nos últimos três anos, mais de 900 crianças nasceram nos EUA por meio do "Ser Mamãe em Miami". Destas, segundo o médico, cerca de 500 são brasileiras.

Ele afirma que os pais recorrem ao serviço por acreditarem que a nacionalidade americana é uma forma de garantir mais possibilidades aos filhos no futuro. Lorentz comenta que o número de brasileiros que buscam o projeto tem crescido a cada ano.

O "Ser Mamãe em Miami" oferece atendimento pré-natal, parto e atendimento após o bebê nascer. No pacote estão inclusos dois exames de ultrassom, anestesia durante o parto, dois a três dias de internação hospitalar, alguns exames e vacinas.

Durante a estada nos EUA, há outros gastos, como hospedagem, alimentação, transporte e custos extras com atendimentos médicos que não estão inclusos no programa.

Lorentz enfatiza que o público de seu programa é "classe A" e, por isso, desestimula aqueles que teriam de enfrentar prejuízos financeiros após ir a Miami. 

A agência divulga seus serviços pela internet e publicações em redes sociais. Para auxiliar na divulgação, o pediatra Wladimir Lorentz viaja várias vezes por ano ao Brasil para conceder palestras sobre o tema. 

Depois do parto da criança, os pais recebem a certidão de nascimento americana e, dias depois, o social security - uma espécie de CPF americano. Os documentos atestam a nacionalidade americana do recém-nascido.

Os pais brasileiros também devem fazer o passaporte americano do filho. 

Conforme informou BBC Brasil

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