A vira-lata Kiara, que pertence a uma família de Pilar do Sul/SP, ganhou fama na cidade. Ela atacou um estuprador e impediu que a dona, uma menina de 10 anos, fosse violentada.
A tentativa de estupro ocorreu em 30 de agosto, quando o homem invadiu a casa da menina, que estava sozinha. O estupro só não foi praticado porque Kiara interveio e mordeu várias vezes o criminoso, que ainda acertou a cabeça da menina com um pilão antes de fugir.
Após a agressão, a menina ficou em coma por cinco dias. A princípio, a família achou que ela tinha sofrido uma queda, mas, quando ela acordou, conseguiu contar aos pais o que tinha acontecido.
Com base na descrição que ela fez do criminoso, a Polícia Civil conseguiu chegar até o agressor, que foi preso com ferimentos na perna, causados pelas mordidas de Kiara.
O pai, o trabalhador rural Sebastião dos Santos, conta que foi o primeiro a conversar com a filha depois que ela saiu do coma.
"Eu cheguei, abracei e peguei na mão dela. Ela então me disse que era para eu pegar o homem que tinha tentado estuprá-la. Na hora, para saber se ela estava lúcida, comecei a perguntar os nossos nomes e até de amigos dela na escola. Ela lembrou de tudo, daí tive certeza que ela tinha sido ferida por uma pessoa", conta.
No dia do crime a criança estava sob os cuidados do irmão mais velho e da cunhada, que moram nos fundos do imóvel.
Ela contou aos pais que o agressor estava passando pela calçada quando a viu e pediu um copo d’água. Quando ela entrou para pegar água foi seguida pelo homem, que a atacou.
A menina conseguiu correr para o quarto e gritou por Kiara, que começou a morder o criminoso. Mas, antes de fugir, ele ainda bateu na menina com o pilão.
Ela foi socorrida por vizinhos que ouviram os gritos e o choro quando ela já estava na rua pedindo ajuda e desmaiou em seguida. Ao chegar ao hospital, ficou em coma induzido por quase uma semana.
Heroína
A menina continua internada no Hospital Regional de Sorocaba, onde se recupera do traumatismo craniano sofrido com a pancada. Segundo o pai, a filha só fala na cachorra, que ela chama de heroína.
O pai conta que a família chegou a pensar em se desfazer da cachorra antes da agressão. "Houve uma época em que a gente pensou em mandar ela embora porque dá trabalho, mas agora não vamos largar dela mais. Primeiramente foi Deus que ajudou a salvar a minha filha. Segundo, foi a cachorra, a nossa heroína. A gente já imaginava que a cachorra era capaz de defender a minha filha porque dá para perceber que ela tem muito amor pela criança."
Segundo a Polícia Civil, o agressor tinha saído de um hospital psiquiátrico em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, no fim de julho. A prisão temporária do suspeito foi decretada por 30 dias e ele foi levado para cadeia de Pilar do Sul. Fonte: G-1/MARILIA-BAURU
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