Caminhoneiro mariliense morre após aguardar quatro dias por vaga em UTI de hospital

Ele sofreu infarto no sábado em São Paulo e, após quatro dias sem vaga em UTI, morreu hoje.
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Deve chegar agora à noite em Marília o corpo do caminhoneiro António José Loureiro, de 59 anos. Ele ficou quatro dias a espera de uma vaga em UTI de hospital, mas não resistiu e faleceu no começo desta tarde. O drama foi relatado pela família ao portal Visão Notícias.com e todos estão revoltados com essa situação.

Antonio Loureiro ao lado da esposa, d. Vera.

Antonio Loureiro morava no bairro Nova Marília II. Com problemas no coração, ele já havia se aposentado e estava fazendo uma de suas últimas viagens (ensinava um outro motorista a "linha" que fazia - Espírito Santo/Rio de Janeiro). Mas, no sábado, quando passava pela capital paulista (retornando para Marília), sofreu um infarto e foi socorrido até um pronto-atendimento de uma maternidade.

Aí começava o drama. A esposa dele e um dos filhos viajaram imediatamente para São Paulo e tanto lá como os demais familiares buscavam uma vaga em UTI. Ontem foi mantido contato com a Secretaria Municipal da Saúde de Marília que também intercedeu junto ao SUS, mas seu Antonio teve que entrar na "fila" do CROS (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde).

O caminhoneiro precisava de uma UTI. Não conseguiu.

"O estado de saúde dele se agravou ainda mais. Nós tentamos em todos os hospitais aqui de Marília uma vaga de UTI pelo SUS, mas não conseguimos. Só mesmo particular. Um dos hospitais cobrou R$ 5 mil a diária e chegou a pedir cheques adiantados", lamentou um dos familiares do caminhoneiro, explicando que a família não teria condições financeiras para cobrir essas despesas.

Hoje, no começo da tarde, veio a notícia que ninguém gostaria de receber: seu Antonio não resistiu e acabou morrendo lá mesmo no pronto-atendimento, sem conseguir vaga em unidade de tratamento intensivo. Aliás, há cerca de quatro meses ele também estava pagando um cartão de saúde (pago via conta de luz), para tentar fazer uma cirurgia, mas não conseguia.

Os familiares informaram que a Prefeitura de Marília está ajudando no translado do corpo de São Paulo até Marília. O sepultamento deverá ser nesta quarta-feira (31), mas o horário ainda não foi definido.

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