Preto, um cãozinho vira-latas que era cuidado por um autônomo em Pirajuí (150 quilômetros de Marília) morreu no último domingo, 01, vítima de um disparo de arma de fogo. A bala acertou a mandíbula e se alojou na garganta do animal.
“Ele escutou minha voz, abanou o rabinho e, quando virou de frente, havia muito sangue e a língua estava caída de lado. Doeu muito vê-lo nessa situação”. O desabafo é do autônomo José Orides Dutra Zamboti, 63 anos, ao encontrar Preto. O cãozinho chegou a ser socorrido com vida, mas morreu horas depois em razão de uma hemorragia.
O crime ocorreu em um sítio, onde Orides mantém estufas de pimentão. O vira-lata apareceu há cerca de um mês e acampava em um quartinho da propriedade junto com outro cão que vive na propriedade. Desde então, passou a chamar o novo amigo de Preto. Ele conta que toda vez que chegava na propriedade, os dois animais vinham recepcioná-lo.
O autônomo contou que saiu do sítio no sábado, por volta das 19h30. Quando retornou no domingo, percebeu algo de errado. No dia seguinte, por volta das 11h, Orides avistou Preto, que estava embaixo de um pé de pimentão, e a cena de crueldade o chocou. “Havia muito sangue e a língua estava caída de lado. Foi quando percebi o furo de bala na altura da boca dele. Cheguei a chorar. Não acreditava no que tinha acontecido”, lamentou.
RESGATE:
A Polícia Militar e a ONG Late Mia e Cia, de Pirajuí, foram acionadas. A socorrista da ONG, Renata Cardoso, buscou o cãozinho no sítio e o levou até uma clínica veterinária da cidade. Ao que tudo indica, a pessoa que atirou mirou na cabeça e errou, acertando a mandíbula, do lado esquerdo.
O veterinário que atendeu Preto disse que tentou de tudo para salvá-lo. Segundo ele, a mandíbula foi triturada e não teve havia como colocá-la no lugar. A bala ficou alojada na garganta e não saiu do outro lado, ou seja, ele morreu por causa de uma hemorragia.
PENA BRANDA:
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar quem teria atirado contra o cachorro. O caso foi registrado ontem como crime ambiental – praticar atos de abuso a animais. De acordo com o delegado titular de Pirajuí, César Nascimento, o projétil que atingiu o cão não foi localizado, o que pode prejudicar o trabalho de investigação.
A pena para este tipo de crime, pontuou Nascimento, não chega a dois anos de reclusão. “Ou seja, identificado o autor, ele irá pagar cestas básicas ou prestar serviços à comunidade”, finalizou.
Fonte: JCNET
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