Aos 89 anos, Cid Moreira não gosta mais de festas. E se o ofício o obriga a estar em uma, especialmente fora do Rio de Janeiro, cidade em que mora, ele não deixa de reclamar.

"Também não gosto de viajar. A viagem é ruim porque você tem que enfrentar o aeroporto. Uma coisa que me irrita é tirar o cinto. Se a calça estiver frouxa, ela cai", afirma em entrevista.

Dono do recorde mundial, registrado pelo Guiness Book, de apresentador de um mesmo telejornal, Moreira, que esteve por 27 anos à frente do "Jornal Nacional", considera sua carreira de jornalista encerrada. "Cumpri a minha fase no jornalismo, a minha fase atual é a Bíblia, é meu carro-chefe, mas também estou estudando poemas nacionais, os poemas clássicos, que pretendo gravar e lançar", conta.

Prestes a completar 90 anos, Cid deve fazer uma retrospectiva de sua carreira e aproveitar a idade para celebrar. "Vai ter holofotes, muitos foguetes e vou sumir no meio da fumaça", brinca. Na realidade, o apresentador quer mesmo é relaxar. "É normal para um cara que chegou na minha idade. Quero botar chinelo velho e ficar no meu computador, com meu broto aqui", diz ao abraçar a mulher, Fátima Sampaio Moreira, com quem é casado há 16 anos.

Também jornalista, Fátima, de 52 anos, se emociona ao falar da jornada ao lado do marido. "A gente se conheceu e ele tinha 72, eu realmente me apaixonei, mas ele já era um senhor. Eu sempre me preocupei com os cuidados. A saúde dele é ótima, ele não tem nada, mas estar com ele é um exercício diário de amor e humildade", afirma.

Cid Moreira conta como mantém a chama do amor acesa, aos 86 anos, com a mulher bem mais jovem.

Adepto do Facebook, Cid diz que gosta de interagir nas novas mídias. "O novo é sempre bem-vindo, gosto muito de interagir com as pessoas, não só no Face, mas também na rua.".