Responsável por cerca de 10% do abastecimento de toda a cidade (mais de 21 mil habitantes ou oito mil ligações domiciliares) a represa Cascata, na zona leste de Marília, está novamente quase seca. O motivo mais uma vez é a estiagem prolongada, mesmo porque ela depende quase que exclusivamente da chamada "água de chuva", ou seja, volume captado pelas galerias.

Hoje, a represa Cascata está com 2,25m de profundidade, considerado um dos níveis mais baixos dos últimos anos. Para se ter uma ideia de quanto o nível está baixo, a sua capacidade máxima é de 6,35m.  

De acordo com a RIC Ambiental, empresa que assumiu a gestão do sistema de água e esgoto, a queda no nível da água da represa pode acarretar falta de água em bairros como Cascata, Fragata, Jardim Tropical, Jardim Vista Alegre, Maria Isabel e adjacências.

Todavia "esse sistema também conta com a produção de água subterrânea do poço profundo PG-05 Cascata que abastece o Reservatório R-6 Fragata, que em conjunto com o R-12 Cascata também atende a região", garantiu a RIC Ambiental.


Funcionários da RIC fazendo limpeza de aeradores na represa Cascata, para melhorar a oxigenação da água.

Com relação a suprir o abastecimento nos períodos de seca da represa, a RIC informou que isso ocorre com a operação de dois poços profundos, com previsão de instalação de novas bombas, aumentando a capacidade de produção, bem como a reforma da estação de tratamento de água Cascata.

Outra medida será a entrada em funcionamento, até o final de maio deste ano, de um poço perfurado no distrito de Lácio, visando aumentar a oferta de água na zona sul que atualmente é abastecida pelo sistema Cascata-Águas do Norte.

Como resolver o problema?


Aliás, não é de hoje que a represa Cascata enfrenta esse tipo de problemas. Praticamente todos os anos, durante o período de estiagem prolongada, a cena se repete. Internautas do Visão Notícias enviaram fotos mostrando o nível da represa e ao mesmo tempo demonstrando toda preocupação com o risco dela secar em definitivo.

Segundo a RIC Ambiental, a ampliação da capacidade da represa Cascata não depende de "obras robustas". A capacidade desse manancial está limitada ao regime de chuvas para atingir nível máximo de armazenamento.

"O que a concessionária tem como obrigação contratual é o tratamento adequado da água desse manancial, para distribuição na rede de abastecimento, o que tem sido rigorosamente feito", diz a nota oficial. 

Segundo o contrato de concessão, as obras de revitalização e melhoria na captação do Ribeirão Cascata, aumentando com isso, a vazão e o volume de água armazenada na represa, estão previstas para o ocorrer a partir do terceiro ano da concessão. 

Quanto à limpeza, a concessionária informou que é de sua responsabilidade a proteção do manancial, através da implementação dos coletores de esgoto e emissários, evitando o carreamento desses efluentes para o lago de reservação.