Compradora da mansão de Clodovil desiste do negócio e tenta na Justiça anular leilão

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A mansão que pertenceu ao estilista Clodovil Hernandes, em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, é alvo de processo judicial. Arrematada por R$ 750 mil em agosto de 2018, por uma compradora de Campinas, ela desistiu do negócio e pediu na Justiça a anulação do leilão. O processo aguarda decisão desde o último dia 22.

O imóvel, em área de mata, com vista para o mar, tem 20 cômodos e já chegou a ser avaliado em R$ 1,6 milhão quando estava em boas condições - atualmente precisa de reformas. A venda no leilão ocorreu após duas tentativas frustradas.

A compradora fez o depósito em juízo do valor da compra do imóvel no dia 14 de setembro e, no dia 5 de outubro, requereu a anulação do processo.

De acordo com a representante legal do espólio de Clodovil, a advogada Maria Hebe Queiroz, a compradora justificou a desistência por desconhecer que a aquisição contemplaria apenas a 'permissão de uso do espaço'.

Como a mansão foi construída em área de Mata Atlântica, onde são proibidas edificações, não pode ser revendida ou expandida, por exemplo. Clodovil detinha apenas a permissão de uso do local, não a propriedade.

"Ela [compradora] alega que não sabia que era leilão para 'permissão de uso', sendo que o edital estava claro", disse Maria Hebe. Segundo ela, a permissão de uso não tem prazo determinado. A propriedade da área é do Estado.

O leilão foi autorizado pela Justiça para que o dinheiro arrecadado fosse usado para o pagamento de dívidas do estilista, morto há quase 10 anos. O destino do dinheiro, no entanto, ainda seria definido pela Justiça.

Mansão de Clodovil foi vendida após duas tentativas frustradas de leilão — Foto: Daniel Corrá/ G1

 

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