Julia Ayoub e Antonella Bassani foram escolhidas entre 70 jovens para concorrer a vaga na escola da equipe italiana, que busca talentos femininos
A luta pela igualdade de gêneros encontrou mais um aliado: a Scuderia Ferrari. Em associação com a Federação Internacional de Automobilismo (FIA), a equipe italiana vai selecionar uma jovem de até 16 anos para fazer parte da Academia Ferrari. A boa notícia é que duas brasileiras estão entre as 20 escolhidas para participar da seletiva: Julia Ayoab, de 15 anos, e Antonella Bassani, de 14.
Júlia, moradora de São Paulo, dirigiu um carro pela primeira vez aos 12 anos e é conhecida no mundo do kart, e fala da importância pelo reconhecimento de que meninas também podem virar bons pilotos.
“Fiquei muito feliz quando soube que participaria dessa uma oportunidade e é uma representação de que as mulheres estão ganhando espaço no automobilismo”, diz.
Esta será a terceira edição do Girls on Track (Meninas da Pista), seletiva organizada pela FIA em busca de talentos femininos. As 20 aprovadas participarão do evento em outubro, na França, e serão dois dias de testes de kart, desafios físicos e mentais e treinamento de mídia.
Daí, sairão 12 pilotas que ficarão quatro dias em acampamento de treinos. Somente oito passam para o segundo acampamento e quatro disputam a fase final.
Antonella nasceu em Concórdia, Santa Catarina, e para chegar até a seletiva da Ferrari passou por um grande susto. Em 2013, quando ela tinha 7 anos, sofreu um acidente que perfurou o pulmão e ficou sete dias internada na UTI. Mas isso não a fez pensar em outra modalidade.
“Capotei o kart e não sentia nenhuma dor. Mas não conseguia respirar direito, era porque estava com pulmão perfurado. Fiquei seis meses parada por determinação médica. Tentei outros esportes, mas não gostei de nada. Consegui convencer meus pais a voltar. Ainda bem que deixaram e sempre confiaram em mim”, fala toda feliz a pilota.
Representatividade feminina
Juju e Totti sabem que têm um caminho longo pela frente, mas não faltará vontade para mudar essa história. As duas partilham do mesmo sonho: chegar à Fórmula 1.
Lugar ocupado somente por cinco mulheres em 70 anos de história: as italianas Maria Teresa de Filippis (cinco GPs – 1958), Leila Lombardi (17 provas entre 1974 e 1976) e Giovanna Amati (três GPs – 1992); a inglesa Divina Galica (três corridas - de 1976 a 1978) e a sul-africana Desirée Wilson (uma corrida – 1980).
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