No verso do pacote de salgadinhos, um alerta.
Esse tipo de embalagem ainda não existe no mercado, mas faz parte de um conjunto de reivindicações de entidades de promoção da saúde junto a fabricantes de alimentos e bebidas.
Duas delas, a Consumers International (que organiza campanhas internacionais em defesa do consumidor) e a Federação Mundial de Obesidade, lançaram nesta semana uma convocatória global para que os governos regulem esse setor de forma semelhante ao que já fazem com a indústria do cigarro.
Na avaliação de representantes dessas organizações, a obesidade oferece hoje mais riscos à saúde humana do que o tabaco. Dados mostram que os quilos extras estão entre as três principais causas de mortes no mundo, ao lado do tabagismo e do álcool.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a OMS, 35% dos adultos acima de 20 anos se encontram acima do peso, enquanto que 11% são considerados obesos.
No Brasil, estatísticas recentes do Ministério da Saúde apontam que pouco mais da metade da população (50,8%) tem sobrepeso, sendo 17% obesos.
Pelas entidades, os governos ao redor do mundo deveriam criar um arcabouço regulatório global para a indústria de alimentos e bebidas, nos mesmos moldes do que já existe para a venda de cigarros.
As novas regras incluiriam, de acordo com as entidades, uma redução dos níveis de sal, de gordura saturada e de açúcar nos alimentos, além de uma melhoria na comida servida nas escolas e hospitais.
As organizações também reivindicam um controle mais rígido da propaganda de alimentos, uma maior promoção por parte dos governos de hábitos saudáveis de alimentação e que as gorduras trans, um dos maiores vilões da obesidade, devem ser abolidas de todos os alimentos e bebidas nos próximos cinco anos.
Para que essas ideias saiam do papel, as entidades sugerem que os governos revejam os preços dos alimentos, introduzam impostos, alterem os padrões de regulação existentes e incentivem pesquisas na área médica.
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