Covid-19: mesmo com sessões remotas, deputado é acusado de gasto milionário

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Apesar de um ano atípico, causado pela pandemia que prejudicou a economia, gerou desemprego em massa, falências de vários tipos de comércio, sem contar as milhares de mortes no país, o balanço da prestação de contas do deputado estadual de Minas Gerais, João Vitor Xavier, do Cidadania, chama a atenção.

Em meio a sessões remotas no parlamento, em razão das medidas restritivas para evitar a contaminação do coronavírus e a retomada das atividades presenciais, o parlamentar, que é radialista, gastou mais de R$ 56 mil com as chamadas verbas indenizatórias em 2020.

Fazem parte da lista dos serviços, despesas com combustível, locação de veículos, passagens, aluguel de imóveis, custeio de materiais para o gabinete e até mesmo propaganda do parlamentar. Tudo isso é pago com dinheiro público, que vem originalmente do pagamento de impostos dos cidadãos.

O valor consta no Portal da Transparência do Parlamento mineiro e todo o cidadão que cumpre com suas obrigações tributárias pode consultar.

Candidato a prefeito

Candidato a prefeito de Belo Horizonte neste ano, João Vitor Xavier é acusado de "turbinar" gastos com propaganda, o que chama o balanço financeiro de seu gabinete.

Entre janeiro e fevereiro, por exemplo, o deputado gastou quase R$ 20 mil com este item. Foram exatos R$ 13.649,97 em janeiro e R$ 4.350,00 em fevereiro. Por lei, é permitido que o político use dinheiro público para propagar o que tecnicamente é classificado de “atividade parlamentar”, ou seja, prestação de contas de sua atividade na Assembleia.

Outros gastos

Somente com combustíveis, o gasto neste ano foi de mais de R$ 8,3 mil. Em janeiro, por exemplo, o custo declarado foi de R$ 2.142,85. Já em fevereiro, o gabinete consumiu R$ 3.046,17.

O cidadão, por meio de seus impostos, bancou para o deputado despesas de mais de R$ 14,5 mil com locação de veículos para ele e seus assessores circularem por BH. Na média de fevereiro deste ano para os meses anteriores, o valor mensal utilizado por João Vitor Xavier com este item é de R$ 5,8 mil.

O belo-horizontino, também às custas de seus impostos, possibilitou que o deputado gastasse mais de R$ 8,4 mil com locação de imóveis e demais despesas relacionadas. Já, assessoria e consultoria para o deputado custaram R$ 5 mil.

Crescimento em ano eleitoral

A intensificação de gastos do deputado em ano eleitoral é comprovada com a simples comparação apenas dos gastos dois primeiros meses deste ano em comparação ao ano passado. Em janeiro de 2019, por exemplo, não consta nenhum gasto do deputado em seu gabinete.

Já neste ano foram R$ 25.450,55. Em fevereiro de 2019, foram R$ 15.897,74. Já no mês de fevereiro deste ano, que antecedeu a decretação da pandemia, o gasto declarado foi de R$ 22.415,50.

Outro lado

O deputado João Vítor Xavier (CID) garantiu que não fez uso da verba de março a maio. Por isso, não há gasto para listar. Em nota disse que economizou "R$ 64.800,00 (R$ 27.000,00 em março, R$ 19.800,00 em abril e maio, valores com redução de 30% após decisão da ALMG) de recursos públicos e que poderão ser utilizados no combate a pandemia de coronavírus". Informou também que irá doar seu salário nesses três meses, totalizando R$5 1.625,62.

 

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