O prefeito Daniel Alonso divulgou no começo desta tarde (16) uma nota oficial negando que a exoneração de 31 funcionários comissionados seja uma "retaliação" à decisão dos vereadores da base aliada de ajudarem a aprovar a "CPI da Carne Estragada". Garante que faz parte da "reforma administrativa" para reduzir despesas. Mas, nessa lista aparecem até dois subprefeitos que perderam seus cargos. Além disso, integrantes da base se mostraram "espantados" e lamentaram a decisão.
A criação da CPI foi aprovada por nobve votos contra três e tem por objetivo apurar as responsabilidades sobre as sete toneladas de carne estragada, encontradas na Cozinha Piloto de Marília, no final de janeiro.
Carne que foi retirada da Cozinha Piloto.
A carne armazenada em câmara frigorífica (supostamente com problema de funcionamento) deveria ser enviada para as Escolas Municipais de Educação Infantil (Emei), no início do ano letivo; o que não aconteceu.
A favor da abertura da CPI votaram os vereadores Nardi, Coraíni, Maurício Roberto, Evandro Galete, João do Bar, Danilo Bigeschi, José Luiz Queiroz e Professora Daniela (o presidente Wilson Damasceno não precisou votar - só ocorreria em caso de empate).
A reação do prefeito Daniel Alonso foi imediata: publicou uma "edição extra" do Diário Oficial Eletrônico com as exonerações de 31 servidores comissionados, inclusive os subprefeitos de Amadeu Amaral, Eduardo de Oliveira Lopes; e de Avencas, Milton dos Santos. A relação completa dos demitidos, clique AQUI (acessar a edição 2125 - arquivo em PDF)
REDUZIU O IMPACTO - Após um clima de muita expectativa e até certa demora, só no começo desta tarde é que a Prefeitura emitiu uma nota oficial procurando justificar as demissões e comentando também a criação da CPI.
Quanto as exonerações, argumenta que "o objetivo é reduzir despesas e ampliar o número de vagas por meio de concurso público afim de cumprir meta estipulada pela equipe desde o início da gestão". E acrescenta que "em hipótese alguma está relacionada a qualquer retaliação", tendo "lamentado" que haja esse tipo de "siposição".
Quanto as investigações do Legislativo sobre a carne estragada, diz a nota: "O prefeito faz questão de ressaltar que seu governo atua de maneira transparente, principalmente nos casos específicos relacionados à merenda da rede municipal de ensino, cujo descarte foi exigido por ele no momento da constatação de que o produto estava impróprio para consumo, inclusive com determinação do executivo de investigação imediata por meio de sindicância administrativa."
REAÇÃO DA BASE - Mas, nas redes sociais vereadores da base aliada começam a se manifestar. É o caso, por exemplo, de José Luiz Queiroz (PSDB) que abertamente comentou: "muito me espanta que as exonerações, a meu ver, não tenham qualquer relação com o trabalho realizado por essas pessoas até o momento na administração, mas, de forma deplorável, levou em conta apenas a filiação partidária do demitido. A gestão eficiente ficou somente no discurso".
Vereador José Luiz Queiroz criticou o prefeito Daniel Alonso.
José Luiz afirma que há tempo vem cobrando a extinção de 30% dos cargos comissionados e, segundo ele, "é uma pena que tal ato ocorra somente após uma sessão na Câmara onde os vereadores não se ajoelharam às vontades do Poder Executivo e honraram a independência e a autonomia do Poder Legislativo".
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