Por Marcos Boldrin *
Criar é essência humana. A mente, seja solitária, seja coletivamente, se desvela pelas diversas facetas do que as pessoas fazem na prática: salvar vidas; construir; estruturar uma poesia, pintura, escultura; inventar; modelar e remodelar... e, por trás de tudo isto, eis a capacidade de criação: fundamento de tudo – inclusive bíblico cristão, já em seu primeiro livro, de abertura.
Em liderança, muitos dos que se propõem a ela saltam esta fase – a do ato da criação. Julgam dominar o core competence do negócio. Herdam estruturas já existentes, talentos que acreditam que o caminho a ser construído já possua um desenho natural a ser seguido; de que nada precisa ser criado.
Ledo engano!
Um dos princípios fundamentais em liderança e gestão é: tenha uma utopia para o seu negócio dentro do contexto de sua época.
Crie sua própria VISÃO, uma situação a ser alcançada, próxima da máxima perfeição, que seja realizável, sedutora, claramente delineada e comunicável a todos: o “onde queremos chegar”.
Cabe ao líder este papel de catalisador de sonhos.
Uma Visão assim definida orienta transformações poderosas e aparentemente impossíveis de serem alcançadas; mobiliza vontades e desejos individuais rumo a um só ponto de convergência; orienta o planejamento da cadeia produtiva e direciona objetivos, investimentos e as próprias missões, razão de existir em ramo de negócios.
Portanto, precisa ser generosa: ao tratarmos de uma visão, se quisermos chegar ao topo da montanha, havemos que mirar os céus; focar na montanha em si só nos permitirá arrastarmo-nos pelos seus paredões.
Não nos confundamos: uma visão forte e inspiradora é construída, produzida, trabalhada; não brota em árvores, não nasce das máquinas das linhas de produção. Além disto, não há uma tendência natural dos negócios ou desenho previamente traçado – o chamado destino - para seguirmos rumo ao sucesso.
Visões fortes e inspiradoras são sempre construídas, fruto de árduo trabalho de reflexão e questionamentos.
Quais as perguntas corretas a serem feitas nesta fase? Obviamente que inexistem fórmulas prontas. Algumas podem servir de bússola a um líder empenhado:
1. Se em meio empresarial (privado, portanto), como o negócio se desenvolve em seu ambiente competitivo global? Se institucional (público), o que as pessoas esperam no ambiente social e o que sua instituição pode fazer para que esta sensação seja alcançada?
2. Se houver concorrentes em seu segmento, o que eles fizeram nos últimos anos (e o horizonte temporal é percepção individual de cada perfil de liderança e campo de negócios)? Se não houver, aconteceu alguma mudança na sociedade que independa da influência de sua empresa ou instituição? Se sim, qual?
3. Neste mesmo período, como você e sua empresa ou instituição se comportaram ativamente?
4. Você e sua empresa ou instituição podem estar ou ficar vulneráveis ante a concorrência ou nova situação social?
5. O que faz ou fará para ir além disto?
Lembremos, sempre, que tais respostas devem ser obtidas e analisadas tanto externa quanto internamente ao ambiente da empresa ou instituição, portanto, junto a toda cadeia de stakeholders (colaboradores, fornecedores e clientes) – quanto mais ideias tivermos nesta fase, mais rica e possível de ser realizada será a visão.
Manter uma mente questionadora, inquisitiva e aberta durante todo o processo é fator decisivo. Duvidemos. Reflitamos. Imaginemos e façamos diferente!
Estabelecer uma visão de futuro está entre os valores e competências de maior relevância como predicativos dos líderes na atualidade: é das principais características que Equipes esperam de um líder. Criemos, portanto, a nossa. Agora!
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* Marcos Boldrin é Tenente Coronel da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Arquiteto e Urbanista.
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