Há cerca de dois meses o Complexo Famema, que entre outras instituições abrange o Hospital de Clinicas de Marília, anunciou uma crise que vinha sofrendo. Segundo a instituição, neste ano ela sofreu redução de 25% no custeio assistencial, situação que compromete o atendimento à população.
Apenas um terço de toda a receita do Complexo Famema está orçado. Os outros dois terços são repassados através de convênios e termos aditivos. A crise afetou 62 municípios da região, inclusive Garça, que viram o fechamento de portas para atendimentos de média e alta complexidade, além de procedimentos tidos como essenciais.
Devido à gravidade da situação, muitos pacientes têm sido dispensados por falta de material básico, desde os remédios mais simples até materiais de limpeza, e numa tentativa de resolver o problema o prefeito José Alcides Faneco, juntamente com outros 35 prefeitos da região, foi até São Paulo, numa reunião com o secretário da Casa Civil, Edson Aparecido. Os prefeitos que não puderam comparecer mandaram representantes.
“Nós tínhamos que tentar resolver essa questão. O que temos visto é o fechamento de portas para os procedimentos. Problemas na área de ortopedia, entre outros. Há quem pense que é favor. Não é favor algum, nós pagamos para que a Famema nos preste o serviço. Garça e outros municípios da região”, disse Faneco.
Como resposta do encontro os presentes foram informados que haverá uma auditoria nas contas da Famema, visto que o dinheiro foi repassado. “O que percebemos é que é problema de gestão. O que falta é gestão. Não se pode gastar mais do que recebe”, disse ele, lembrando que Garça (os pacientes do SUS) tem sofrido com esta situação.
HOSPITAL NA UTI
De acordo com o complexo, por causa da falta de dinheiro, o hospital cancelou cirurgias, reduziu os atendimentos de urgência e emergência, bloqueou 20 leitos, entre eles da UTI pediátrica e UTI neo natal, diminuiu para meio período a coleta de sangue no Hemocentro, reduziu pela metade o agendamento de consultas e suspendeu exames.
Além disso, segundo Faneco, no estoque de materiais não tem desinfetante, detergente, sabonete, faltam sacos de lixo, canetas, lâmpadas e muitos outros itens básicos.
Na farmácia não há mais remédios, nem dos mais caros e nem dos mais baratos. A situação é complicada e agora resta esperar o que a Secretaria de Estado da Saúde fará para amenizar o problema, pois, quem tem sofrido com tudo isto é a população que se utiliza do sistema público de saúde.
Fonte: Comarca de Garça
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