Cuidou da avó com Alzheimer e publica livro com a história

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História está em "Quem, eu?", que chega às livrarias

 

Ao olhar-se no espelho, dona Nilva enxergava uma mulher com idade bem mais avançada do que na verdade pensava que tivesse. No dia em que completou 79 anos, em fevereiro de 2013, foi surpreendida com uma pequena festinha preparada pela família em sua casa, em Porto Alegre, com direito a bolo e os versos de parabéns a você. Ao ser avisada que estava de aniversário, perguntou: “Quem, eu?”.

 

O enredo da vida real, que ganhou destaque na imprensa e comoveu pessoas em todo o país, agora está disponível em livro. A história de Nilva de Lourdes Aguzzoli, que passou os últimos meses de vida sob os afetuosos cuidados do neto, Fernando Aguzzoli, 22 anos, está na obra “Quem, eu? – Uma avó. Um neto, Uma lição de vida”. Publicado pela editora Belas Letras.

 

“É muito mais do que um livro para mim. É a última homenagem que eu podia fazer para a minha avó”, diz Fernando

 

Diagnosticada com mal de Alzheimer em 2008, a matriarca da família Aguzzoli, descendente de italianos e natural de  Caxias do Sul, passou a sofrer lapsos de memória e comprometimento de funções motoras.

 

O caso se agravou a ponto de ela não conseguir mais realizar sozinha tarefas comuns do dia a dia e de não reconhecer amigos e familiares. Nem a si mesma.

 

Então estudante de filosofia e aspirante a pequeno empresário, o neto trancou a faculdade, largou emprego e as festas com os amigos para se dedicar em tempo quase integral para cuidar daquela que fez o mesmo por ele quando criança.


O mal de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa ainda sem cura, mas a chance de controlá-la é maior se ela é detectada precocemente.

 

Para enfrentar os dias que viriam e dividir a experiência de cuidar da avó enferma, Fernando levou o assunto às redes sociais. Com bom humor, criou a página Vovó Nilva, no Facebook, um espaço que serviu para compartilhar as experiências de se conviver com alguém com Alzheimer.

 

Os textos descrevem situações engraçadas, aventuras até fantasiosas – características de um paciente com Alzheimer – e, ao mesmo tempo, cheias de sensibilidade e amor.

 

Foi a partir de pedidos dos internautas que surgiu a idéia de transformar esses momentos em livro.

 

Dona Nilva se foi em dezembro de 2013, quando não resistiu a uma infecção urinária, pouco antes de completar 80 anos de idade. Na mesma época, a primeira etapa do livro havia sido concluída.

 

Para Fernando, a maior recompensa é saber que sua história pessoal está ajudando muitas famílias a lidar com casos semelhantes.
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