A Justiça Federal, o Ministério Público Federal e também o advogado da empresária Sandra Mara Norbiato não quiseram se manifestar sobre o vazamento de informações sobre a proposta de delação premiada que pode ajudar nas investigações da "Operação Miragem", desencadeada pela Polícia Federal e que envolve o grupo CMN (Central Marília Notícias).
Ela admite ser "laranja" dos verdadeiros donos do grupo, o ex-prefeito Vinicius Camarinha e seu pai, o deputado estadual Abelardo Camarinha. Os dois foram os únicos a se manifestar, afirmando tratar-se de "uma ação de adversários políticos que ocorreu às vésperas da última eleição".
Sandra: delação premiada.
A Operação Miragem foi desencadeada pela PF em agosto do ano passado, tendo como alvo principal o grupo de comunicação CMN. Na época, foram cumpridos mandados de prisão e de buscas (inclusive na CMN, Prefeitura, casa dos envolvidos e escritórios políticos), bem como o fechamento das emissoras de rádio Dirceu e Diário FM pela ANATEL (atividade clandestina). Na época, os motivos da operação foram desde uso de documento falso, sonegação fiscal até lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Naquela época, Sandra e seu ex-marido, Antonio Celso dos Santos, foram presos pela PF.
Apontada como uma das envolvidas nas investigações do esquema criminoso, a empresária esteve no dia 16 de janeiro na Procuradoria Regional da República onde, acompanhada do advogado, propôs a delação premiada como colaboradora, ou seja, contar tudo o que sabia do esquema e, em troca, perdão judicial de todos os atos praticados na CMN, identificar pessoas envolvidas no esquema, bem como pagar uma multa de R$ 50 mil de forma parcelada, mas que posteriormente não aceita pela justiça.
A Procuradora Regional da República, Geisa de Assis Rodrigues, propôs o acordo de delação que foi aceito pela desembargadora, Cecília Mello. Sandra estava intimada para prestar depoimento à justiça federal na última quarta-feira, onde deveria confirmar todas as informações e apresentar mais detalhes sobre o esquema. Mas, o caso permanece em segredo de justiça. O documento tem 21 páginas e traz um pedido de homologação de um termo de delação premiada.
Sandra Mara afirmou em seu depoimento que foi indicada no esquema pelo ex-marido, Antônio Celso dos Santos, para atuar como 'laranja' na direção do grupo de comunicação, mediante pagamentos mensais de R$ 2,5 mil. Sandra disse ainda que jamais participou da gestão das empresas.
DEFESA - O ex-prefeito Vinicius Camarinha e o seu pai, Abelardo Camarinha (atual deputado federal) -- apontados como verdadeiros donos do grupo CMN - negaram qualquer envolvimento no caso e se dizem vítimas de uma ação de adversários políticos: "Trata-se de uma ação de adversários políticos que ocorreu às vésperas da última eleição. Tomaremos providências judiciais contra as falsas acusações dirigidas à família Camarinha".
Pai e filho afirmam que é tudo perseguição.
O advogado da empresária, Vladimir Poleto, em entrevista ao portal Visão Notícias, por telefone em Ribeirão Preto, reafirmou que não poderia se manifestar sobre o caso em virtude de ter sido decretari segredo de justiça. Mas, ele negou informações que também circularam nas redes sociais de que Sandra Mara estaria sofrendo ameaças "especificamente sobre este caso".
JORNAL DIÁRIO - Outra notícia divulgada hoje é de que o juiz mariliense Dias Toffoli, do STF, se deu por impedido hoje de julgar o pedido de liminar solicitado pelos advogados da CMN (Central Marília Notícias) para a reabertura do jornal Diário, lacrado por ordem da Justiça Federal no dia 24 de janeiro. Toffoli alegou motivo de foro íntimo para justificar sua suspeição e agora um outro ministro vai decidir sobre o pedido de liminar.
Veja os principais trechos dos documentos oficiais que (até então) eram sigilosos, mas foram divulgados nas redes sociais:
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