“O grande segredo do combate à depressão é estar aberto para detectá-la e não deixar o tempo passar”. As palavras são do fisioterapeuta Sergio Bastos Jr, que realiza um trabalho amplo de saúde integrativa, aliando várias técnicas em busca de uma maior qualidade de vida para seus pacientes. “Quando mais cedo conseguimos identificar o que nos machuca e combater a solidão emocional, mais rapidamente podemos reverter o quadro”, enfatiza ele.
Em tempos tão conectados, por que tanta depressão? Talvez a resposta esteja exatamente nisso. “Vivemos online, e esquecemos, cada vez mais, das relações reais. Estar sozinho não é nada bom para quem desenvolve um quadro de depressão”, explica Sergio, que continua: “o mundo conectado da atualidade nos dá a falsa impressão de que estamos sempre acompanhados. Certo? Errado. Na hora em que precisamos de real companhia, muitas vezes não temos com quem contar”.
As relações estão cada vez mais líquidas e estamos cada vez menos dispostos a nos empenhar para resolver problemas: “está difícil? Descarta e parte pra outra”. Parece simples e fácil de lidar, mas essa superficialidade está nos deixando cada vez mais sozinhos, tendo que lidar com fantasmas que se acumulam em nossa emoção. E uma das consequências são os crescentes quadros de depressão.
Mas só quem fica sozinho fica deprimido? Sergio explica que não: “há pessoas que jamais imaginamos que desenvolvam algum quadro depressivo, porque vivem entre amigos, estão sempre em festas, sempre sorrindo. Mas, geralmente, há uma dificuldade imensa de lidar com as próprias emoções, com as dúvidas e incertezas que a vida traz e há, também, uma necessidade muito grande de agradar, de seguir um modelo. Quando entendemos que isso não é possível, criamos defesas que fecham nossos sentimentos”.
“Se não posso falar o que realmente sinto, aprendo a sufocar meus sentimentos, minhas visões de mundo e essa é, certamente, a pior solidão. É aquelas que nos faz sentir desamparados mesmo quando estamos sempre com gente em volta”, lembra Sergio.
Por isso, terapias são uma ajuda e tanto. Porque dão o suporte que, muitas vezes, a pessoa com depressão não encontra na família. É preciso gerar mudança de hábitos, mas, para isso, é preciso incentivo. E, quanto mais rápido isso acontecer, melhor.
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