Diabetes: doença atinge cerca de 1 milhão de crianças no Brasil

Em Marília, esse índice chega a 10% da população. Saúde alerta para sintomas e tratamento.
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Uma estimativa feita pela ADIM (Associação dos Diabéticos de Marília) alerta para um perigo na cidade: 10% da população é diabética. São 20 mil pessoas com a doença crônica que provoca altas taxas de açúcar no sangue.

Desse total, três mil pessoas possuem o tipo 1 (o modo mais raro e grave) originado na maioria das vezes por algum fator genético e que acomete principalmente crianças e adolescentes.

Já o tipo 2 e outros tipos como quem possui as duas formas e a gestacional afetam 17 mil pessoas no município. São também pacientes maiores de 25 anos com vida sedentária ou obesos.

Para alertar situações como essa que ocorrem em Marília e em todo o mundo, neste sábado (dia 14 de novembro) 181 países irão comemorar o Dia Mundial do Diabetes. A data instituída pela International Diabetes Federation (IDF) tem por objetivo aumentar a atenção e a prevenção para a doença que atinge cerca de 382 milhões de pessoas em todo o planeta, segundo dados da instituição.

O Brasil, a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o IBGE, revelou que 9 milhões de pessoas sofrem com a doença. Do total de brasileiros portadores, 1 milhão são crianças, de acordo com a Associação de Diabetes Juvenil.

CASOS EM CRIANÇAS

Caracterizado pela falta de insulina ou deficiência na utilização no organismo, causando elevação dos níveis de glicose (açúcar) na corrente sanguínea, o surgimento do diabetes em crianças acontece em geral de maneira súbita, é o que explica a Dra. Giovana Meireles, endocrinologista do Hapvida. Segundo ela, apenas 10 a 20% das crianças diabéticas tem histórico de antecedentes familiares.

Para a endocrinologista, os pais devem estar alertas e procurar ajuda médica quando uma criança até então sadia passa a sentir muita sede, urinar muito, aumentar o apetite ao mesmo tempo que perde peso rapidamente e apresentar fraqueza.

TIPOS DE DIABETES - A forma mais frequente da doença em indivíduos até os 18 anos é o tipo 1, que tem como origem alteração autoimune que leva a destruição as células beta-pancreáticas, responsáveis pela produção de insulina. Segundo Giovana Meireles, o aparecimento desse tipo de diabetes pode acontecer em qualquer fase da infância e adolescência, sendo menos comum antes dos 3 anos de idade.

A médica explica ainda que outros tipos de diabetes como um tipo 1 mais raro que tem caráter hereditário e início mais lento e causa desconhecida, podem ocorrer na criança. “Além desse, o diabetes tipo 2 tem se tornado cada vez mais presente em adolescentes e jovens. Isso se deve provavelmente a sua relação com a obesidade e alimentação inadequada”, avalia.

Formas de tratamento

O acompanhamento das crianças diagnosticadas com diabetes deve ser feito por um endocrinologista. É este profissional que irá identificar o tipo ou os tipos de insulina mais indicados para cada caso, assim como as doses mais adequadas, explica Giovana. Segundo ela, além das doses diárias do medicamento a doença impõe disciplina alimentar, prática de atividade física e mudança no estilo de vida para que sejam prevenidas as complicações. “Para isso, o apoio da família e dos profissionais é fundamental”, diz.

Cuidados com a alimentação

De acordo com Michele de Souza, nutricionista do Hapvida, a alimentação de crianças com diabetes deve incluir escolhas saudáveis, com fracionamento e volume adequados para a compensação dos níveis glicêmicos e prevenção das complicações da patologia.

Segundo ela, os nutrientes essenciais para a composição da dieta de crianças diabéticas são os carboidratos complexos/ fibras alimentares, gordura insaturada, proteínas de alto valor biológico, vitaminas e minerais. Esses nutrientes são encontrados principalmente nas frutas, legumes e verduras, cereais integrais, ovos, peixes, aves e carnes magras, leite e derivados e óleos vegetais sob a forma crua.

Entre os alimentos que devem ser evitados, a nutricionista destaca o açúcar e alimentos adocicados, sucos artificiais, alimentos ricos em corantes e conservantes, gordura saturada, como frituras, margarina, manteiga, embutidos (presunto, linguiça, salsicha, etc.), queijos amarelos, temperos industrializados e produtos de panificação.

Como opção para esses alimentos, Michele indica as frutas e sucos naturais, sanduíche de pão integral com queijos magros e folhosos, como alface e as raízes e tubérculos (batata doce, batata yacon, aipim ou inhame).

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