Um dia depois de fazer declaração explícita de que pode ser candidato à Presidência em 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que, em resposta às críticas que vem sofrendo de adversários e movimentos antipetistas, vai "voltar a voar" no sentido de que pretende fazer política com mais intensidade.
"Na verdade estou naquela fase de quem está esperando o dia da aposentadoria mas as pessoas não me deixam em paz. Os adversários todo santo dia falam do meu nome. E eu aprendi uma coisa. Você só consegue matar um pássaro se ele ficar parado no mesmo galho. Se ele ficar pulando, é difícil. Então é o seguinte: eu voltei a voar outra vez", disse Lula, seminário sobre as cidades do século 21 promovido pela prefeitura de São Bernardo, do qual também participou o ex-presidente do Uruguai, José Pepe Mujica.
"Eu agora vou falar, vou viajar, vou dar entrevistas", completou o petista. Nos últimos dias, em conversas reservadas, Lula tem dito que o risco de afastamento da presidente Dilma Rousseff passou e os alvos agora são ele próprio e o PT. Por isso, decidiu se colocar na disputa e servir como uma espécie de anteparo do governo.
"Como tenho as costas largas e já apanhei demais na vida vou ver se eles dão um pouco de sossego para nossa querida Dilma e começam a se incomodar comigo outra vez", afirmou o ex-presidente, que condenou o que chamou de "ódio contra o PT".
Em um discurso de mais de uma hora, Lula fez críticas indiretas à presidente Dilma Rousseff ao dizer que nenhum governo pode se afastar da população. "Um governo só pode dar certo se ouvir os movimentos sociais, e ouvir mais de uma vez", disse Lula que, também em conversas reservadas, reclama frequentemente da falta de disposição de Dilma para o diálogo.
Embora tenha admitido que o PT e o governo cometeram "alguns erros", Lula não falou sobre os escândalos de corrupção protagonizados por petistas e aliados. 'praga'. Em Cuiabá, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, um dos tucanos cotados para disputar a Presidência em 2018, fez o discurso mais veemente do ato que marcou a entrada do governador de Mato Grosso, Pedro Taques, no PSDB.
"Temos que nos livrar dessa praga que é o PT. O PT do desemprego, da inflação, dos juros pornográficos e dessa praga do desvio do dinheiro público. Hoje é tempo de honestidade", afirmou Alcmin
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