Em seu novo artigo no portal Visão Notícias.com, o professor mariliense Roberto Costa Santos, especialista em questões ambientais e de saúde pública, além de gestor do site www.hidroalimentos.com.br, alerta para uma questão importante: o uso correto das águas subterrâneas, através dos poços rasos ou profundos. Acompanhe:

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As águas subterrâneas não são quaisquer águas naturais situadas abaixo da superfície do solo, mas as águas encontradas nas rochas com permeabilidade suficiente para permitir a sua movimentação. As formações geológicas capazes de armazenar e transmitir quantidades significativas de água subterrânea são designadas aqüíferos. Os aquíferos podem ser classificados quanto ao tipo de porosidade da rocha armazenadora em granular ou sedimentar, fissural ou fraturado e cárstico, e também quanto às suas características hidráulicas em livres ou confinados.

 O aquífero Guarani é considerado um dos maiores reservatórios de água subterrânea do mundo e ocorre no oeste do território paulista, se estendendo pelos Estados de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás e chegando até os países Uruguai, Paraguai e Argentina.

As águas subterrâneas são intensamente utilizadas no Brasil para diversos fins como o abastecimento humano, a irrigação, a indústria e o lazer, desempenhando importante papel no desenvolvimento socioeconômico nacional. A captação de água subterrânea é mais comumente realizada através de poços rasos ou profundos. Os aquiferos presentes na nossa região são: o Bauru, Serra Geral e o Guarani.

Atualmente cerca de 80% dos Municípios do Estado de São Paulo são total ou parcialmente abastecidos por águas subterrâneas.

De forma geral, as águas subterrâneas no Brasil são de boa qualidade, com propriedades bacteriológicas, físicas e químicas adequadas a diversos usos, incluindo o consumo humano. Entretanto, algumas atividades desenvolvidas pelo homem têm comprometido significativamente alguns aquíferos.

A perfuração de poços sem a elaboração de projetos construtivos e sem seguir normas técnicas, o fechamento inadequado de poços abandonados ou desativados e a proliferação indiscriminada de poços com consequente superexploração dos aquíferos, como também a disposição inadequada de resíduos sólidos, esgotos domésticos, derivados de atividades industriais,uso de insumos agrícolas, como agrotóxicos (inseticidas, herbicidas, pesticidas ,fungicidas, entre outros ) e fertilizantes, tem sido os grandes vilões da contaminação das águas subterrâneas.

Segundo pesquisas realizadas pela National Aeronautics and Space Administration ( NASA ), os aquiferos são responsaveis por 35% da água subterrânea usada no mundo atualmente. Das 37 maiores reservas subterrâneas do planeta, 21 perderam mais água do que receberam.

Embora seja reconhecida a importância de proteger esses recursos hídricos, mínimas ações têm sido promovidas na prática principalmente no Brasil, portanto é de fundamental importância a proteção desses recursos hídricos, visando promover a preservação do meio ambiente e da saúde pública.

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Roberto Costa Santos é Químico, Pós graduado em Questões Ambientais e Saúde Pública e Gestor da Hidroalimentos.