A assessoria de imprensa da Prefeitura informou às 11h24 que está instaurada uma sindicância para apurar um possível esquema de fraude em licitações de transporte urbano que envolveria Marília e mais 18 cidades, conforme reportagem divulgada nesta manhã pelo G-1. O objetivo seria favorecer, principalmente, empresas de duas famílias – Constantino e Gulin. O portal Visão Notícias.com apurou que pela manhã foi realizada uma reunião entre o Gabinete e a Procuradoria do Município para analisar a situação. Já as diretorias das duas empresas preferiram não se manifestar.
"A licitação para o serviço de transporte coletivo foi realizada e concluída, em 2011, na gestão do ex-prefeito Mário Bulgarelli. Diante das supostas irregularidades denunciadas pela Rede Globo, a Prefeitura de Marília – por meio da Corregedoria Geral do Município – esclarece que já está tomando as providências e vai abrir uma sindicância para apurar o caso", diz a nota divulgada pela Prefeitura.
COMISSÃO PROCESSANTE - Outra notícia divulgada há pouco (13h15) sobre essa denúncia de fraude na licitação do transporte coletivo urbano em Marília também deverá ser apurada pela Câmara Municipal. Um pedido de abertura de Comissão Processante será procolado nesta tarde na Secretaria do Legislativo.
O documento lembra ainda que, embora a licitação tenha sido elaborada na administração anterior teve prosseguimento na administração do prefeito Vinicius, já que foi no atual mandato que as duas empresas foram contratadas após um decreto emergencial assinado em maio de 2013.
Pelo que o site da Globo apurou, entre os documentos, há troca de e-mails entre empresários, advogados e funcionários de prefeituras sobre a elaboração de editais de forma a atender os interesses das empresas nas licitações. Em alguns casos, os editais – que deveriam ter sido feitos pelas prefeituras – são redigidos pelos próprios empresários e advogados meses antes do anúncio oficial da licitação.
De acordo com investigações conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná, há documentos suficientes para indicar a existência de uma "organização criminosa muito bem estruturada" que fraudava licitações em diversas cidades do país.
O suposto esquema
Na maioria das cidades envolvidas, o esquema funcionava da seguinte forma, segundo as investigações:
>> A empresa Logitrans, que já teve entre seus diretores o engenheiro Garrone Reck, era contratada pelas prefeituras para fazer estudos de logística e projeto básico de mobilidade urbana.
>> O filho dele, Sacha Reck, atuava na concorrência como advogado ou assessor jurídico de empresas de ônibus interessadas em explorar as linhas.
>> Os documentos mostram que Sacha Reck obtinha informação privilegiada sobre as licitações e atuava na elaboração dos editais, orientando ou seguindo orientações dos empresários sobre cláusulas que deveriam constar nos documentos.
>> Os editais a serem publicados pelas prefeituras eram elaborados por advogados ligados ao escritório de advocacia de Curitiba do qual Sacha Reck era sócio e por ao menos um engenheiro, que fazia a avaliação técnica das propostas das empresas.
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