Como se não bastasse o zika vírus e a microcefalia, mais uma doença tornou-se recentemente uma grande preocupação das gestantes. A gripe H1N1, que chegou mais cedo esse ano, coloca essas mulheres no grupo de risco para a doença, mas o que isso significa?
A ginecologista e obstetra Maria Elisa Noriler, do Hospital Municipal Maternidade Escola de Vila Nova Cachoeirinha, em São Paulo, explica que as gestantes são consideradas um grupo de alto risco para a infecção, pois durante a gravidez a resistência da mulher contra algumas infecções diminui com o objetivo de não deixar o corpo rejeitar o bebê. Portanto, as chances de adquirir a doença e desenvolver sintomas graves em consequência dela são ainda maiores.
De acordo com a médica, os principais riscos de a mulher contrair H1N1 durante a gestação são trabalho de parto prematuro e a pneumonia. “A ameaça é ainda maior para aquelas que sofrem de problemas respiratórios prévios à gestação, como asma e bronquite, porque o sistema respiratório já está debilitado”, explica.
Um recente estudo australiano, realizado pelo Departamento de Saúde Australiano e publicado no periódico Clinical Infectous Disease, avaliou registros de 58 mil mulheres entre os anos de 2012 e 2013. Os responsáveis pelo estudo observaram que o risco de morte fetal durante a gestação foi 51% menor nos casos em que as mulheres receberam a vacina contra a gripe.
Apesar de não terem traçado uma relação de causa e efeito específica entre a gripe e a morte fetal, os pesquisadores afirmam que o achado dá indícios dos benefícios da imunização durante a gravidez e da ausência de risco relacionado à vacina, que se trata do tipo inativada, ou seja, possui apenas agentes infecciosos mortos.
Já de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), gestantes devem ter prioridade para receber a vacina, pois possuem um risco elevado para agravamento, internação e até morte, comparável a pessoas com mais de 65 anos.
Maria Elisa Noriler explica que os sintomas da gripe H1N1 são muito parecidos com a manifestação de uma gripe comum e incluem febre superior a 38º Celsius, dores de cabeça, coriza, cansaço, arrepios, diarreia, dores musculares e nas articulações e tosse.
Caso você sinta esses sintomas e esteja grávida, procure imediatamente o serviço médico para que o tratamento seja iniciado o mais rápido possível.
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