Uma família de Itatinga (230 quilômetros de Marília), encontrou na solidariedade um dos poucos motivos para comemorar desde que a dona de casa Camila Ramos da Silva, de 35 anos, recebeu o diagnóstico de um câncer no estômago.
A notícia que abalou a família ainda conseguiu ficar pior no fim do ano passado depois que exames comprovaram que o tumor, já em metástase no fígado, não reagia às sessões de quimioterapia e acusou e que Camila tinha um tipo raro e agressivo de câncer, que só costuma atingir pessoas com mais de 65 anos, segundo os médicos.
Além disso, seria necessário um tratamento de medicina nuclear à base de Lutécio-177, cujo custo é estimado em quase R$ 150 mil – e não coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
"Quando soubemos que ia custar tudo isso, entramos em desespero, pois até mesmo para fazer o exame de R$ 8 mil que fechou o diagnóstico precisamos fazer uma rifa às pressas com os amigos, agora imagina quase R$ 150 mil", disse o mecânico Everton Souza de Oliveira, 37 anos, marido de Camila.
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Diante da urgência e da piora do estado de saúde de Camila, que perdeu cerca de 40 quilos no primeiro ano de tratamento de quimioterapia, o mecânico colocou na internet e nas ruas da cidade uma campanha de arrecadação para o tratamento.
Para isso, criou uma espécie de "combo" que incluía pedido de doações, organização de rifas, ações pontuais e lançamento de vaquinhas virtuais na internet.
O esforço da família, que conta ainda com a ajuda dos filhos do casal, Manuela, de 11 anos, e Théo, de cinco, sensibilizou a comunidade de Itatinga e, em pouco tempo, pessoas desconhecidas começaram a contribuir e a espalhar a notícia.
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A hashtag #todospelavidadacamila começou a se espalhar pela internet e por lojas e estabelecimentos. A mobilização, que também se estendeu às redes sociais, fez a campanha romper as fronteiras de Itatinga e doações começaram a surgir de vários pontos do país e até do exterior.
O resultado desta mobilização é que, em cerca de 20 dias, Everton já conseguiu aproximadamente 70% da meta de arrecadação para bancar o tratamento com o Lutécio-177.
"Até assustei quando vi o valor na conta. Tinha muitas doações de desconhecidos e até algumas de fora, do México, dos Estados Unidos e da Espanha. A Camila está feliz, claro, mas está meio aérea e a ficha ainda não caiu de que estamos conseguindo. Ela tem muita fé de que vai conseguir se curar", disse Everton. (G1)
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