Polícia intensifica investigações, mas caso ainda permanece sem solução. Famílias não têm pistas
“Mãe, se você estiver lendo isto, saiba que mesmo depois das suas escolhas inconsequentes que trouxeram sofrimentos aos seus três filhos, continuarei te honrando pelo resto de minha vida, afinal é isto que o Senhor me ordena e é isto que eu com o meu livre arbítrio quero! Você é minha mãe e nunca deixará de ser!”
Este é o início de uma carta emocionada escrita pela estudante Flávia Sayuri Saito, de 19 anos, postada nesta terça-feira (22) no Facebook com objetivo de tentar sensibilizar a própria mãe a devolver o irmão que ela raptou há pouco mais de uma semana.
Os pais, Kolto Tokio Saito e Hellen Rodrigues de Oliveira com as fotos dos filhos raptados.
DUAS FAMÍLIAS - Trata-se de um caso complicado que envolve duas famílias que acabaram se unindo pelo mesmo drama. A mãe de Flávia, Claudia Matami Fuziyama, é acusada de raptar o filho mais novo, Gustavo (hoje com 8 anos) e ao que tudo consta para fugir com um homem, Adão Correia de Brito, de 36 anos, com quem tinha um novo relacionamento.
Entenda o caso:
Pais são acusados de raptar os próprios filhos em Marília. Drama envolve duas famílias
O caso se complicou ainda mais porque Adão é acusado pela ex-esposa, a vendedora Hellen Rodrigues de Oliveira, de também raptar a filha do relacionamento entre ambos (Gabrielly Rodrigues de Brito, de 7 anos - foto/direita).
A polícia suspeita que Adão e Claudia decidiram raptar os próprios filhos para constituir uma nova família.
Adão pode ter fugido com Claudia e as duas crianças.
Apesar de todas as investigações da Polícia Civil em Marília, até agora não há pistas do casal e nem das crianças. Há suspeita de que podem ter fugido para o Paraguai (onde não há exigência de passaporte), de onde tentariam conseguir embarcar para Portugal.
APELO DE UMA FILHA – O Portal Visão Notícias.com, que vem acompanhando o caso, obteve autorização da família para reproduzir a carta de Flávia e também reproduzir a foto de família:
GENTE, POR FAVOR, COMPARTILHA PRA CHEGAR A MINHA MÃE!!!
ELA PRECISA LER ISTO....
Mãe, se você estiver lendo isto, saiba que mesmo depois das suas escolhas inconsequentes que trouxeram sofrimentos aos seus três filhos, continuarei te honrando pelo resto de minha vida, afinal é isto que o Senhor me ordena e é isto que eu com o meu livre arbítrio quero! Você é minha mãe e nunca deixará de ser!
Confesso que no princípio eu estava com muita raiva de você, minha mãe. Fui alimentando este sentimento autodestrutivo em mim. Meus amigos que me acompanharam de perto sabem o quanto sofri, o quanto doía e a cada momento pronta para desabar em prantos novamente, que eu passava o dia chorando, sem comer e dormir por conta da preocupação e angústia de não saber onde e como se encontra o meu pequeno Gudinho.
No entanto, Deus mais uma vez com sua misericórdia e graça infindável trouxe ao meu encontro amigos maravilhosos que com toda a sabedoria me mostraram outra opção, o amor. Onde antes habitava sentimentos de vingança, ódio, repulsa, indiferença, agora floresce vida de amor, e com o amor veio a compaixão, a paz, paciência e a sabedoria pra lidar com as situações.
Assim como Deus colocou amor em meu coração, espero que ele faça o mesmo com as outras pessoas. Não, não me sinto agradável ouvir as pessoas falando de você, mas não posso controla-los. Assim como não posso controlar as suas escolhas e atitudes. Cada uma toma suas próprias decisões e enfrenta as consequências por cada uma delas.
Sabia mãe, que lagrimas escorre dos meus olhos a cada momento que vejo as coisinhas dele aqui em casa? A chuteirinha dele, os brinquedos, o yakultinho dele na geladeira, etc. Fui na igreja e não consegui entrar por que não queria que as pessoas me vissem chorando. Chorei por não ver ele no meio das crianças que estavam indo pra salinha com as tias. Chorei porque sinto falta dele a cada instante do meu dia.
Pra quem que vou gritar pra desligar o desenho e vir almoçar? Como vou gritar do carro, “Anda Gustavo!! Estamos atrasado pro culto!”, enquanto ele dá aquela ultima enrolada pra pegar o chiclete dele? Quem que eu vou agarrar e dar uns apertos e beijos forçados? Quando vou poder ver o meu gorduxeiro de novo?
Mãe, eu te imploro!!! QUERO O GUDINHO DE VOLTA!!! Por favor...
Mãe, me traz ele, quero vê-lo!!!
Já disse, vou dizer de novo:
Não importa quando, onde e como, mas vou encontra-lo!!!
A nossa saudade é imensurável.
Envie-nos sugestões de matérias: (14) 99688-7288