Garoto que chegou de helicóptero tem alta médica

O uso do helicóptero Águia no transporte médico é um recurso excepcional, em que há risco de grande prejuízo à vida, caso não seja feita a intervenção
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Após dois meses de internação na Unidade de Terapia de Queimados (UTQ) da Santa Casa de Misericórdia de Marília teve alta médica, na segunda-feira (30), o garoto Gabriel de Paula Souza, de 13 anos, paciente que chegou em estado grave ao hospital, transportado por helicóptero do Grupamento Aéreo da Polícia Militar. O menino, morador em Bragança Paulista, recebeu tratamento a 440 kms de casa após um acidente com combustível. 

O pouso aconteceu no campo de futebol do Yara Clube e o transporte até o hospital teve apoio dos bombeiros locais. A doméstica Joelma Aparecida de Paula Souza, mãe de Gabriel, conta que a iniciativa foi um alento para a família.

Gabriel sofreu queimaduras em cerca de 40% do corpo. Ele relatou aos familiares que brincava com dois amigos ('desenhando' no asfalto com gasolina e fogo), quando a chama retornou para o vasilhame. Um dos garotos, por desespero, teria chutado o galão e atingido as contas do menino. 

Em função do acidente, após a transferência para a Santa Casa, foi submetido a cirurgia para enxerto de tecido e a recuperação superou as expectativas. Desde o início de abril, Joelma estava em Marília e recebeu acolhimento do serviço social da instituição e da equipe da UTQ.

Recuperado do susto e fisicamente reabilitado, Gabriel só pensa em jogar bola e se dedicar ao principal hobby: desenhar. Ele fez questão de registrar a gratidão aos funcionários, que dois dias após a chegada fizeram uma festa para comemorar seu 13º aniversário. Ele deixou um desenho em homenagem a equipe de enfermagem, exibido com alegria e orgulho pela enfermeira Mey.

O uso do helicóptero Águia no transporte médico é um recurso excepcional, em que há risco de grande prejuízo à vida, caso não seja feita a intervenção.

A unidade de queimados (total de 8 leitos) não se limita à região de referência da DRS IV (62 municípios) e está à disposição do SUS para todo o Estado de São Paulo, por meio da Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde). 

O perfil do paciente queimado, muitas vezes, impõe longa permanência. Durante o ano passado, por exemplo, a UTQ registrou 52 internações. A média de permanência dos pacientes, no ano, foi de um mês. Neste número não estão incluídos internados nas UTIs Geral e Pediátrica (casos críticos), que também receberam terapia de queimados.

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