O glaucoma é uma doença ocasionada pelo aumento da pressão intraocular, que acaba atingindo e danificando o nervo óptico, podendo causar perda total e irreversível da visão. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há cerca de 65 milhões de portadores de glaucoma em todo o mundo. Anualmente surgem mais 2,4 milhões de casos. Considera-se que no Brasil haja aproximadamente um milhão e meio de glaucomatosos — metade deles não sabem que são portadores da doença.
Existem alguns tipos de glaucoma: de ângulo fechado (agudo), ângulo aberto (crônico), congênito e secundário. O glaucoma de ângulo aberto é o mais comum e representa aproximadamente 80% dos casos, sobretudo em pessoas acima de 40 anos de idade. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, estima-se que até 3% da população brasileira com mais de 40 anos possa sofrer com a doença.
Esse tipo de glaucoma é causado por uma alteração anatômica na região do ângulo da câmara anterior, que impede a saída do humor aquoso e eleva a pressão intraocular. Caso o glaucoma não seja diagnosticado e tratado precocemente, o paciente pode perder totalmente a visão com o tempo.
Glaucoma é uma doença sem sintomas
No início, o glaucoma crônico de ângulo aberto é uma doença sem sintomas, o que a torna mais perigosa. É muito comum que o paciente descubra a doença apenas em estágio avançado, quando já ocorreu uma perda parcial da visão. Os sintomas do glaucoma surgem gradativamente, com o decorrer dos anos, e incluem redução da visão periférica, dores de cabeça e leves perturbações visuais.
Com o passar dos anos, o campo visual vai se estreitando até transformar-se em visão tubular. Sem acompanhamento e tratamento adequados, o paciente perde a visão. Por ser uma doença assintomática, o mais recomendável visitar sua clínica de olhos e realizar exames oculares regularmente.
Tratamento
Quanto mais cedo a doença for diagnosticada, melhor: o diagnóstico precoce e o tratamento são fundamentais para evitar maiores danos à visão. Por isso é recomendado que pessoas acima de 40 anos façam a consulta anual de rotina na qual o oftalmologista medirá a pressão intraocular e examinará o fundo do olho. No caso de a pressão estar alta e estiver havendo escavação do fundo do olho, o oftalmologista suspeitará e pedirá exames mais aprofundados para confirmar a doença.
Oftalmologista Rubens Belfort Neto explica o tratamento.
Caso a visão tenha diminuído de forma considerável, o tratamento evitará novas deteriorações, embora não tenha capacidade de restaurar a visão. O objetivo do tratamento é baixar a pressão intraocular. Colírios prescritos por um oftalmologista ajudarão a controlar o glaucoma de ângulo aberto devido a sua capacidade de reduzir a pressão. A aplicação do colírio corretamente é eficaz na maioria dos casos de glaucoma.
Nos casos em que o colírio não consegui controla a pressão intraocular, o oftalmologista pode optar por outros tratamentos. O uso de comprimidos pode ser indicado por determinado período de tempo, mas não por muito tempo, pois causa efeitos colaterais, tais como dificuldade na absorção de potássio. Outra alternativa é o laser. O procedimento dura em torno de 30 minutos e o objetivo é melhorar a drenagem dos olhos diminuindo a retenção de líquido na região.
Quando nenhum dos tratamentos anteriores conseguirem reduzir a pressão ocular, o oftalmologista pode indicar a cirurgia. O procedimento abrirá um novo canal para normalizar o fluxo do humor aquoso, reduzindo a pressão. A cirurgia apresenta bons resultados e dispensa o uso de colírios após a cicatrização. O único cuidado é que a cirurgia precisa ser realizada rapidamente, pois os danos causados à visão são irreversíveis.
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Artigo escrito pela equipe da Clínica Belfort. Este artigo contém apenas informações gerais sobre doenças oculares. Este texto não substitui a avaliação por oftalmologista.
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