Moradores do condomínio Princesa Isabel, localizado na avenida de mesmo nome em Porto Alegre, não só concordaram como também arrecadaram cerca de R$ 10 mil para fazer o grafite que hoje decora a fachada lateral do prédio. A pintura faz homenagem a um traficante morto em janeiro por integrantes de uma gangue rival.
Alexandre Goulart Madeira, mais conhecido como “Xandi”, foi morto a tiros no dia 4 de janeiro. Para a polícia, ele era um dos principais traficantes da Região Metropolitana de Porto Alegre.
Segundo a presidente da Associação dos Moradores do Condomínio, Xandi era adorado por todos que vivem no prédio. Ela diz que os moradores juntaram dinheiro através de uma “vaquinha” e pagaram pelo grafite. Além da imagem do traficante, a pintura é acompanhado pela frase “o padrinho general”.
"As pessoas choram aqui falando dele. Ele se criou com a gente. A vó dele mora aqui no condomínio. O Xandi vinha sempre visitar ela, olhava a nossa creche e ajudava. Ano passado a creche quase fechou. Ele pagava o que tinha que pagar. Ele era adorado”, relatou a mulher.
Ela afirma que não esperava tanta polêmica em torno do assunto. “Eu não entendo por que um desenho está causando tanto. Perguntamos para a esposa dele se ela autorizava, ela autorizou e fizemos. Até as criança quiseram contribuir”, completou.
A Polícia Civil diz que não há previsão de tomar qualquer atitude sobre a imagem. Não recebeu nenhuma denúncia sobre o caso. Sem que isso ocorra, não haverá investigação, salienta.
A morte de Xandi
O tiroteio que matou o traficante ocorreu por volta das 14h do dia 4 de janeiro. Segundo a Brigada Militar, quatro homens chegaram ao local em um Corsa vermelho. Dois deles desceram e atiraram contra a residência. Foram feitos vários disparos de fuzil e de pistola 9 mm.
No dia do crime, Xandi, que estava à beira da piscina, foi atingido na cabeça e morreu no local.
A casa alugada pelos criminosos fica a uma quadra do mar, perto da plataforma, em um dos pontos mais movimentados de Tramandaí. Segundo a polícia, a quadrilha chegou ao local em 26 de dezembro e voltaria para Porto Alegre na tarde de domingo, 5 de janeiro. A diária paga por eles pelo aluguel da casa foi de R$ 1,2 mil.
Na residência, foram apreendidas cinco pistolas, seis carregadores de 31 tiros, outras 200 munições, uma grande quantia em dinheiro e quatro veículos (entre eles uma caminhonete de luxo), além de joias e uma quantidade de drogas.
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