HBU contesta pagamento parcelado de dívida. Atendimento na UPA permanece restrito

Prefeitura diz que houve acordo para parcelar dívida de R$ 3 milhões. Hospital Universitário afirma desconhecer.
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Uma nota oficial, divulgada pela assessoria de imprensa da Prefeitura, anunciando um possível "acordo" para a dívida de R$ 3 milhões do Município junto ao Hospital Beneficente da Unimar (HBU) e que poderia normalizar o atendimento na UPA da zona Norte, foi contestado pela diretora superintendente da instituição, Márcia Mesquita Serva. "Ninguém passou nenhum cronograma para nós", afirmou. Diante desse impasse, o atendimento restrito continua e hoje completou cinco dias.

A decisão de limitar o atendimento começou a vigorar na segunda-feira (21) depois que a Prefeitura não repassou integralmente o valor do contrato com o HBU, entidade que contratou todos os funcionários e fica responsável pela compra de todos os materiais utilizados no atendimento aos pacientes da UPA.

Levando-se em conta os atrasos anteriores que ocorreram desde agosto e que provocaram atrasos nos pagamentos dos funcionários e também no fornecimento dos materiais pelos fornecedores, a instituição decidiu manter apenas o atendimento de urgência e emergência.

Apesar das reclamações, até agora não houve nenhum incidente. Todos passam por triagem realizada pelas equipes da UPA. Os casos de urgência/emergência são acolhidos pela UPA. Os demais pacientes são orientados a procurar uma unidade básica, localizada no bairro onde mora.

Em nota, a assessoria da Prefeitura informou que até quarta-feira (23) haveria uma solução para as "pendências financeiras". Dos R$ 3 milhões, a Prefeitura pagou naquela data R$ 500 mil, suficientes apenas para cobrir o restante do pagamento do salário dos funcionários da UPA. No começo desta tarde, a mesma assessoria disse que teria ocorrido um "cronograma de pagamentos com a organização que gerencia a UPA 24 horas, o que foi definido em reunião com representantes de ambos os lados".

Atendimento está restrito há 5 dias.

SURPRESA - Ao ser questionada sobre esse cronograma, a diretora superintendente da instituição, Márcia Mesquita Serva, ficou surpresa, negando essa informação. "O que o secretário da saúde (Hélio Benetti) se comprometeu com a gente é buscar meios para garantir o pagamento do governo federal que está devendo a parte dele desde de maio e assim conseguiremos fechar os pagamentos".

A maior preocupação dela é de que dentro de mais alguns dias terá que efetuar o pagamento da primeira parcela do 13º salário dos funcionários. Sem um novo repasse pela Prefeitura, a situação poderá se agravar ainda mais.

Já a Prefeitura procurou amenizar o impacto da restrição no atendimento dos pacientes (os casos não emergenciais estão tendo que ser encaminhados às unidades básicas de saúde):

"Com relação à dispensa de pacientes, o que vem ocorrendo na UPA é o não atendimento de pacientes no padrão azul [demanda apropriada para a rede básica formada por UBS e PSF por não apresentar urgência e e nem emergência]. Casos urgentes e emergenciais são amparados pela UPA. Desde o começo do contrato entre Município e organização que administra a UPA [em maio de 2016] ficou claro que casos azuis não seriam demandas do pronto-atendimento e, apesar de duas recomendações técnicas da Secretaria Municipal de Saúde, a organização continuou absorvendo a demanda por mera liberalidade dela. Portanto, nos últimos dias, a UPA está cumprindo literalmente o que estabelece o contrato com o Município, sem que isso represente redução de demandas".

HBU DÁ SUA VERSÃO - Em mensagem via WhatsApp, Márcia Serva é categórica: "realmente  é papel da atenção básica atender os azuis porém isso nunca aconteceu e é preciso fazer uma discussão com as unidades".

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