"De certa forma, fiquei aliviado. Ninguém sabe quando vai morrer. Mas eu tenho uma boa noção de até onde vou. Poderia ficar triste ou obcecado com isso, mas vejo como um bônus: vou planejar as coisas para que possa fazê-las."
A frase é de um ex-militar de 39 anos e aparência saudável. Mas o "bônus" a que Chris Graham se refere é uma forma rara e precoce de Alzheimer e que afeta vários membros de uma mesma geração - conhecida como Alzheimer familiar.
Ele herdou a condição de seu pai, que morreu com apenas 42 anos. Seu irmão Tony, que é quatro anos mais velho, também é vítima e, agora, precisa de cuidados intensivos - ele é alimentado por um tubo e não consegue mais falar.
Chris - que teve de deixar o Exército por razões médicas em janeiro e já está sofrendo problemas de memória.
"O alarme soou para mim quando Tony ficou doente. Fiz um exame de sangue e ele confirmou que eu tenho um gene que desencadeia o Alzheimer de início precoce. Foi um choque, mas eu suspeitava de que estava afetado, porque eu esqueço muito as coisas."
Chris e sua mulher Vicky moram em Oxfordshire, na Inglaterra, e tem um filho de seis semanas de idade chamado Dexter. O ex-soldado sabe que ele pode ter passado a mutação genética para o bebê.
Estima-se que existam apenas 400 famílias no mundo com Alzheimer familiar.
A saúde de Chris está sendo monitorada e ele passa por exames cerebrais que acompanham sua deterioração e o avanço de sua doença.
Ele também passa por testes de memória e foi submetido a punções lombares para remover o líquido testado para verificar o acúmulo de proteínas prejudiciais em seu fluido cerebrospinal.
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