Preso por matar uma mulher e suas três filhas em Sorriso, no interior do Mato Grosso, o pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos, 32 anos, monitorou o dia a dia da família antes de cometer o crime. A informação foi dada pelo delegado Bruno França, responsável pelo caso.
“Ele confessa que monitorou a rotina da casa durante dias antes de entrar”, informa França. Inclusive, o criminoso esperou para cometer os ataques em um dia que o marido de Cleci e pai das meninas não estivesse em casa.
Regivaldo Batista Cardoso, esposo e pai das vítimas é motorista de caminhão e estava em viagem em outro estado.
Após ser preso, Gilberto disse que invadiu a casa da família com o objetivo de praticar um assalto. “A Polícia Civil não acredita nessa tese, considerando se tratar de um predador sexual com histórico de violência sexual.” Ele já tinha passagem por estupro e latrocínio (roubo seguido de morte).
“Ele não levou nenhum bem da casa, celular, joias, nada. A única coisa que ele levou foi a roupa íntima de uma das suas vítimas como lembrança. Isso tudo mostra claramente que a pessoa tinha plena consciência, planejamento e premeditação do que estava fazendo”, afirmou o delegado.
O delegado afirma que o criminoso estava em Sorriso há cerca de dois meses “foragido” de Lucas do Rio Verde, no interior do Mato Grosso, onde cometeu outro estupro em setembro.
“A gente passou muito tempo procurando esse cara só que não conseguimos achá-lo, porque ele estava travestido de cidadão honesto, e morava no local de trabalho.”
Comportamento do pedreiro gerou suspeita: Logo após chegarem à casa da família, o pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos teve uma postura que chamou a atenção dos policiais e gerou suspeita.
“Quando checamos os históricos criminais desse rapaz, ele já tinha dois mandados de prisão em aberto, sendo um deles por um estupro e tentativa de homicídiode modus operandi idêntico a esse: estuprou a mulher e tentou cortar a garganta dela, mas ela entrou em luta corporal e aí acabou escapando dele”, detalhou o delegado.
Prova no local do crime
Dentro da casa, equipes da Polícia Científica localizaram uma pegada de calçado masculino em meio ao sangue das vítimas.
Desconfiados, os policiais pediram ao pedreiro que mostrasse a eles o local onde ele dormia, na obra. Os agentes, então, viram um chinelo que pertencia a Gilberto e confirmou que o calçado dele era um calçado compatível com aquela pegada que estava na cena do crime.
No local onde ele dormia, também foram encontradas roupas com manchas de sangue, além de uma roupa íntima de uma das vítimas. Pouco depois, Gilberto confessou o crime.
O delegado do caso afirmou que a polícia ouviu os colegas de Gilberto para entender se ele apresentava, no dia a dia, algum tipo de comportamento que pudesse indicar uma tendência à prática de crimes. Porém, diz França, ele “era uma pessoa aparentemente normal”.
“A gente só conseguiu identificá-lo pelo comportamento estranho no momento em que a polícia chegou no local do crime. Mas, tirando isso, uma pessoa comum, trabalhava normal, não dava problema.”
“O patrão disse que nunca deu alteração, nem nada. Então, é uma pessoa que facilmente passaria despercebida”, continuou.
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