Pedro Pimenta, um paulista de 23 anos, viu sua vida tomar outro rumo quando tinha apenas 18 anos.
Depois de um dia normal de estudos num cursinho pré-vestibular ele foi internado, em estado grave, num hospital de São Paulo. Com um quadro de meningococcemia – infecção generalizada causada pela mesma bactéria da meningite - Pedro chegou a ter menos de 1% de chance de sobrevivência.
Depois de uma semana em coma, ao acordar na UTI, ele pôde ver que seus braços e pernas estavam apodrecidos devido as consequências da infecção. Para o jovem o sofrimento era tanto que ele chegou a querer que a amputação dos membros acontecesse rapidamente. Um mês depois da internação foi exatamente isso que ocorreu. Ele teve as pernas amputadas acima dos joelhos e os braços acima dos cotovelos.
Pedro teve que ficar mais quatro meses no hospital e passou por cerca de 30 cirurgias, muitas delas de enxerto.
Ele estava tão motivado a continuar a vida normal que praticamente obrigou os médicos a deixarem ele ir ao show de uma de suas bandas preferidas, AC/DC, que aconteceria em São Paulo.
Depois de acordar do segundo coma, ele lembrou do show e de que já tinha os ingressos comprados. "Não queria saber o que estava acontecendo, só queria saber do show. Cheguei a pedir para pendurarem um pôster atrás da cama para fazer pressão nos médicos, e funcionou. Fui de ambulância para o Morumbi e assisti o show de uma maca. Foi algo fantástico, fora de série", lembra.
A música foi um caminho que o ajudou a não entrar em depressão. Ele trocou a guitarra por equipamentos eletrônicos e utilizando o computador especializou-se em música eletrônica.
Em 2010, dez meses depois de sair do hospital, ele viajou para os Estados Unidos para encontrar um local onde haveria mais chances de reabilitação. Lá ele conheceu uma clínica que atendia ex-soldados amputados das guerras do Iraque e do Afeganistão.
O jovem conta que o treinamento junto com os veteranos de guerra era muito pesado. "Fizemos um pacto de pararmos de usar a cadeira de rodas. Após os treinamentos eu fui o primeiro tetra-amputado a fazer isso", conta.
Hoje ele mora e estuda na Flórida, nos Estados Unidos. A sua forma positiva de viver e sobrepujar as dificuldades rendeu convites, no Brasil e nos Estados Undios, para dar palestras motivacionais sobre a sua experiência de superação.
Depois disso, ele conseguiu realizar o sonho de escrever um livro contando sua história. "Superar é viver" foi lançado em 2014 e está em todas as livrarias do país.
Ele se define como tetra-amputado, autor, palestrante, atleta, produtor musical e um mentor para outros amputados. Tudo, depois de tal tragédia invadir a sua vida e de sua família.
(Fonte: Familia.com.br)
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