De seu leito no hospital, Valentina gravou e publicou na internet um vídeo pedindo à presidente chilena, Michelle Bachelet, que autorizasse a aplicação de uma injeção letal.
"Peço com urgência para falar com a presidente, porque estou cansada de viver com esta doença e ela pode autorizar a injeção para que eu durma para sempre", disse Valentina em vídeo publicado em seu perfil no Facebook
O Chile não permite a eutanásia nem o suicídio assistido e a jurisprudência no país dá pouca autonomia em termos de direitos aos pacientes.
"A lei não permite que se atenda a um pedido dessa natureza", disse o porta-voz do governo chileno.
A mensagem publicada por Valentina já recebeu quase 10 mil "curtidas", foi compartilhada mais de 2,6 mil vezes e vista mais de 200 mil vezes.
A mesma doença matou seu irmão mais velho aos seis anos de idade e, há menos de um mês, um amigo e companheiro de hospital.
"São 14 anos de luta, todos os dias, e para minha família tem sido pior. Estou cansada de seguir lutando, porque vejo sempre o mesmo resultado. É muito cansativo", disse.
Luta familiar - A fibrose cística é a doença hereditária fatal mais comum entre pessoas caucasianas. Provoca o acúmulo de muco espesso e pegajoso nos pulmões, no tubo digestivo e em outras partes do corpo, provocando infecções que podem levar à morte.
A luta da família Maureira Riquelme contra a fibrose cística tem mais de duas décadas. Michael, o mais velho, morreu aos seis anos de idade, em 1996.
Estima-se que a doença atinja um em cada 8 mil recém nascidos vivos no Chile, segundo dados do Ministério da Saúde - ou cerca de 30 novos casos por ano.
No Brasil, são cerca de 1,5 mil pessoas com a doença, de acordo com o Ministério da Saúde.
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