A Justiça de Bauru converteu em preventivas as prisões das nove pessoas suspeitas de participação nos desvios milionários no caixa da Apae Bauru. Elas já estavam presas temporariamente e, com isso, os envolvidos continuarão presos até o julgamento.
As prisões preventivas atendem pedido do delegado Glaucio Stocco, titular do Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (Seccold). A requisição à Justiça ocorreu um dia após a Polícia Civil concluir os interrogatórios de oito deles. O ex-presidente da Apae, Roberto Franceschetti Filho ainda não foi ouvido pela unidade especializada.
Os Interrogados teriam rejeitado a proposta de delação premiada, recurso no qual o investigado recebe um benefício em troca de informações que colaborem com as investigações — um dos advogados, porém, contesta a afirmação sobre as delações (leia nesta página).
Segundo o delegado responsável pelo inquérito que investiga a prática de crimes de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa, os suspeitos negaram envolvimento no esquema de desvio de verbas da Apae.
Indenização
Por sua vez, Letícia da Rocha Lobo Prado, que também teve a prisão preventiva decretada como suspeita de fazer parte da quadrilha que desviou milhões dos cofres da Apae Bauru, ingressou na Justiça com um pedido de indenização, no valor de R$ 200 mil por danos morais, contra o ex-presidente da entidade Roberto Franceschetti Filho.
Ele está preso desde o dia 15 de agosto e réu pelo homicídio de sua mãe, a ex-secretária da Apae, Claudia Regina Lobo. O corpo dela até hoje ainda não foi localizado. A ação foi impetrada na terça-feira (10), quando Letícia já estava na Cadeia de Avaí.
Segundo a ação de danos morais, mãe e filha tinham “uma forte relação de dependência psíquica e emocional, grande proximidade e preocupação com a saúde e bem-estar uma da outra”.
A petição inicial dos advogados acrescenta que "além da vítima ter sido assassinada, houve a destruição completa de seu cadáver, impossibilitando, inclusive, a filha Letícia de realizar a despedida final da mãe através das cerimônias funerais”.
Morte e o desvio milionário
A apuração do desvio milionário de recursos da APAE de Bauru começou após o desaparecimento de Cláudia Lobo, ex-secretária executiva da Apae, em agosto deste ano. Segundo a Policia Civil, Franceschetti teria matado Cláudia na data do desparecimento dela por disputa de poder dento da instituição.
O desaparecimento levou à abertura de investigações que revelaram um esquema de desvio de dinheiro envolvendo superfaturamento de contratos, pagamentos a funcionários "fantasmas" e outras irregularidades financeiras dentro da entidade. Com informações: JC Net e G-1.
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