Sob a justificativa de que ele não tinha antecedentes criminais, tem família e com "laços sólidos com a comunidade", bem como colaborado com as investigações sobre o caso, a Justiça de Ipaussu (na região de Ourinhos) decidiu colocar em liberdade o caminhoneiro que foi preso transportando 832 quilos de cocaína. A decisão causou surpresa e indignação nos policiais que trabalharam na operação.
A carga de cocaína, avaliada em cerca de R$ 50 milhões, foi apreendida ontem à noite durante operação da Polícia Rodoviária Estadual e da Força Tarefa de Combate ao Crime Organizado (Ficco) na rodovia Raposo Tavares. O transporte era realizado numa carreta. O motorista ainda tentou fugir mas não conseguiu.
O flagrante foi realizado na Delegacia da Polícia Federal em Marília, tendo o condutor confessado que receberia R$ 15 mil pelo transporte da carga de cocaína desde Londrina/PR até Diadema, na grande São Paulo. Ele alegou que era a primeira vez que aceitava esse tipo de transporte e aceitou porque estava numa "situação financeira desesperadora".
Trecho da decisão da juíza de Ipaussu.
O delegado de plantão na PF pediu à justiça que o flagrante fosse convertido em prisão preventiva, ou seja, o motorista ficaria preso até o fim do processo.
Mas, o pedido foi negado pela juíza Alessandra Mendes Spalding, que decidiu pela liberdade provisória do acusado pelos argumentos citados acima, citando inclusive acórdão do Supremo Tribunal Federal.
Ela impôs medidas cautelares, ou seja, o acusado não poderá se ausentar da sua cidade de origem por mais de sete dias (sem autorização judicial) e com uma espécie de "toque de recolher", ou seja, deverá permanecer em casa das 21h às 5h "e nos dias de folga, evitando-se que se mantenha em contato social, quando fora de sua atividade laborativa", determina a juíza.
Envie-nos sugestões de matérias: (14) 99688-7288