Um ano após a operação Miragem da Polícia Federal, que lacrou as emissoras do Grupo Central Marília Notícia (rádios Dirceu e Diário FM) por causa de suposto envolvimento político (veja todos os detalhes AQUI), agora é a vez de grupo Coligadas (rádio Clube e Itaipu FM) a sofrer investigação da Justiça Federal, desta vez para apurar possível arrendamento irregular e repasse de verbas da Prefeitura, envolvendo a empresária Daniele Mazuquelli Alonso Fernandes, filha do prefeito Daniel Alonso. Hoje, Daniel gravou um vídeo em defesa das duas emissoras (veja ao final da matéria).
As duas emissoras estão fora do ar por ordem da justiça federal.
A 2ª Vara Federal de Marília concedeu liminar à ação civil pública ajuzada pelo Ministério Público Federal visando o "encerramento das atividades ilícitas em Marília" das duas emissoras (conforme consta na sentença) e pagamento de indenização à União dos valores de R$ 120 mil em relação a Clube e mais R$ 168.000,00 referente a rádio Itaipu "uma vez que a primeira pessoa jurídica transferiu ilegalmente serviço público de radiodifusão sonora à segunda pessoa jurídica, em burla a necessário e prévio procedimento licitatório".
O MPF apurou que, mesmo sem haver licitação para contratação de agência (só assim verbas da Prefeitura poderiam ser repassadas à veículos de comunicação) as rádios Clube e Itapu receberam esses recursos, conforme notas fiscais apreendidas, nos valores de R$ 4.455.00 e R$ 5.805,00, "ambas referentes a publicidade de interesse público municipal", segundo a denúncia.
O principal motivo seria suposto arrendamento envolvendo serviços de radiodifusão exercidos pelas duas emissoras. Os envolvidos na ação civil pública são: Luciana Gomes Ferreira e Camila Gomes Castro Ferreira Veltri Rodrigues, assim como do Estúdio D. M. LTDA. e de suas representantes Daniele Mazuqueli Alonso Fernandes e Maria Candelaria Lopes Beato.
OPERAÇÃO
O portal Visão Notícias acompanhou desde ontem os fatos. Nos bastidores, surgiram muitas informações desencontradas - inclusive de que a ação teria partido do Ministério Público Estadual. A suspensão das rádios não foi feita pela ANATEL. Em nota divulgada no começo da noite, a assessoria de imprensa do órgão chegou a informar que "não houve atividade da Gerência Regional da Anatel de SP que tenha culminado na lacração das referidas emissoras em Marília/SP nos últimos dias".
Um oficial de justiça esteve na Delegacia da Polícia Federal em Marília pedindo apoio para cumprir a liminar da 2ª Vara Federal, tendo sido designada uma equipe que esteve na sede das emissoras. Tudo de forma bem sigilosa. Tanto que nenhuma foto circulou pelas redes sociais.
Assim que a informação "vazou" à imprensa, houve uma intensa movimentação. O Visão Notícias conversou com a gerência do grupo que tentou "desconversar", negando que as emissoras tivessem sido lacradas e que estariam fora do ar "por um problema técnico".
VÍDEO DE APOIO - Neste sábado, o grupo resolveu romper o silêncio, com apoio do prefeito Daniel Alonso. Ele gravou um vídeo --deixou claro que estava ali como empresário e não como chefe do Executivo - para dar apoio à sua filha, Daniele, que arrendou as duas emissora há cinco meses.
Acompanhem o vídeo:
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