Os bichos de estimação nunca foram tão amados e cuidados como nos últimos tempos. Não são poucas as pessoas que chamam seus mascotes de filhos. Segundo levantamento feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2013, de cada cem famílias do país, 44 criam cachorros, enquanto só 36 têm crianças.
Vale lembrar que não entraram na conta as casas em que é possível encontrar gatos, aves... Mesmo nesse cenário, não é raro uma pessoa cujo animal de estimação morreu ser consolada com frases como “era só um bichinho, não fique assim” ou “arrume outro para substituir".
Ter um bicho de estimação é uma experiência amorosa intensa, que transforma a vida e a rotina do dono. Por essa razão, quando um animal adoece e entra em fase terminal ou morre de repente, há uma desestruturação da organização familiar.
Não há certo ou errado na conduta ao lidar com a morte. Há o que é coerente para cada pessoa e é isso o que deve ser feito. Ninguém precisa tentar seguir em frente o mais depressa possível só porque está incutido na sociedade o conceito de que é só um animal. Respeite o seu tempo e faça o que tenha vontade.
Para a psicóloga clínica e hospitalar Joelma Ruiz, especialista em terapia do luto, os bichos deixaram de ser bens pessoais para se tornarem membros da família. “No entanto, os animais vivem um oitavo da vida dos seres humanos e muitos familiares irão presenciar o adoecimento, a velhice e o rompimento desse vínculo”, diz.
A morte de um bicho causa o mesmo sofrimento que o de um ente querido. O luto, portanto, deve ser enfrentado. É bom salientar que ele não é uma fase, mas, sim, um processo de adaptação após perdermos alguém que era importante para nós.
“O luto pela perda do animal não é reconhecido pela sociedade, o que pode ser confirmado pela falta de procedimentos oficiais após a morte. Não pode ser manifestado ou amparado. O respeito e apoio dos familiares e amigos são fundamentais para a elaboração do luto saudável”, afirma Joelma.
Despedida digna
A despeito do preconceito que ainda cerca a questão, há um nicho de mercado que oferece diversos procedimentos para tornar o momento de dizer adeus ao mascote o mais humanizado possível.
Quando um animal morre, uma das alternativas para o destino do corpo é enterrá-lo no jardim de casa ou em um sítio. Porém, alguns cuidados devem ser tomados sob a orientação de um veterinário para evitar contaminação do solo e impedir o acesso de crianças e outros animais.
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