Mensagens trocadas com o Visão Notícias são truncadas. É o medo de não serem monitorados.
Passadas quase 48 horas desde que ocorreu a invação da Praça dos Três Poderes, em Brasília, as informações sobre a situação dos marilienses (estavam entre os manifestantes) ainda são bastante desencontradas até o começo da tarde desta terça-feira.
A maior preocupação de quem aceita trocar mensagens com o Visão Notícias é evitar serem identificados e eventualmente monitorados pela Polícia Federal. Tanto que há apenas troca de mensagens em texto, sem áudio, fotos ou vídeos.
O professor que concordou em falar com o Visão Notícias (foi atingido por cinco disparos de bala de borracha) permanece incomunicável. Não há confirmação se conseguiu voltar.
A informação mais recente é que o único ônibus que seguiu de Marília para a capital federal já teria conseguido retornar, mesmo com as barreiras que foram montadas pela Polícia Rodoviária Federal nas principais rodovias que dão acesso a Brasília. Porém, nem todos que viajaram conseguiram voltar.
"Infelizmente meu filho continua lá, ele está preso", relatou uma mulher que, no dia anterior, havia mandado mensagem à nossa redação preocupada com as condições dele.
Ela tinha informação de que havia sido transferido para a penitenciária da Papuda e aguardava audiência de custódia.
Outros marilienses que foram para Brasília de outras formas (não com o ônibus fretado) ainda não sabem como voltar.
Um deles relatou que o seu grupo está numa chácara nos arredores de Brasília, ao que tudo indica aguardando os ânimos "esfriarem" porque há o risco de serem descobertos e presos.
Direitos humanos
Já um grupo de parlamentares recorreu ao Ministério dos Direitos Humanos e à Defensoria Pública a fim de assegurar condições dignas aos 1,5 mil manifestantes que foram detidos e levados a um ginásio da Polícia Federal (PF), em Brasília.
Eles receberam denúncias de suposta precariedade no tratamento dado aos detidos, como falta de água e comida.
Os manifestantes foram levados ao ginásio a fim de passar por uma triagem. Parte deles foi presa em flagrante durante a invasão às sedes dos Três Poderes, no último domingo.
Outra parcela estava no acampamento diante do quartel general do Exército em Brasília, que foi desmontado na segunda-feira, após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
PF nega morte de idosa
A Polícia Federal (PF) também negou a informação de que uma idosa teria morrido no ginásio. A informação sobre o suposto óbito havia se espalhado pelas redes sociais na noite desta segunda-feira.
A corporação ainda liberou, durante a noite, ônibus com mulheres com filhos pequenos, idosos com comorbidades, e menores de idade que haviam sido detidos no acampamento.
A PF, porém, não divulgou quantas pessoas foram liberadas, nem quantas permanecem detidas.
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