Ele já subiu mais de 300 vezes até o topo do pico mais alto daquele país
Você teria coragem de escalar o Monte Fuji, o pico mais alto do Japão com quase quatro mil metros de altura?
Um mariliense que mora naquele país não só escalou uma vez. Neste ano, Claudio de Oliveira Silva completou 332 escaladas, das quais 316 vezes até o topo.
Mas, ele não escala sozinho. Muito pelo contrário. Com licença do governo japonês, se tornou especialista em guia de montanhismo e alpinismo.
Sua missão é levar grupos de turistas, principalmente brasileiros, para conhecer essa que é uma das maravilhas japonesas e que está se tornando um destino recreativo popular para caminhar, acampar e relaxar.
Claudio levando mais um grupo de turistas ao Monte Fuji.
Claudio falou à reportagem do Visão Notícias sobre esse seu trabalho.
Ele explica que é importante a participação de pessoas experientes nessa aventura porque já ocorreram muitos acidentes com turistas que não estavam nem com roupas apropriadas para escalar os 3.776 metros.
Conheça o monte Fuji
Resultado da atividade vulcânica que iniciou há aproximadamente cem mil anos, o monte Fuji é um dos símbolos mais emblemáticos do Japão. Por isso, viajantes de todo o mundo querem visitar essa montanha inspiradora.
Todo verão, cerca de 200 mil pessoas escalam o Monte Fuji. Normalmente começam a viagem no dia anterior e passam a noite em um alojamento na montanha.
O objetivo é completar a missão no dia seguinte, bem cedo, para ver o sol nascer no horizonte.
Guia turístico
Com tantas pessoas visitando o local e pelos riscos que já citamos, o trabalho de guias turísticos como do mariliense Claudio de Oliveira Silva se tornou importante.
Como milhares de dekasseguis brasileiros que buscam uma oportunidade de emprego no Japão, Claudio se mudou para aquele país em setembro do ano 2000.
"Depois de um ano de Japão já ajudava estrangeiros a conhecer Tokyo e regiões turísticas onde eu já tinha conhecido. Assim fui pegando amor pelo turismo até me especializar sobre a cultura antiga do Japão. Hoje também trabalho como guia e também faço trabalho de guia voluntário para castelos antigos do Japão, sobre os atencedentes antigos e sobre batalhas antigas dos Samurais", relata Claudio em entrevista ao Visão Notícias.
Excesso de turistas
Mesmo sendo um ponto turístico, subir o Monte Fuji tem seus perigos. "No dia 12 de setembro, por exemplo, subiram mais de 12 mil alplinistas em um um dia. Com tanta gente e devido ao calor surpreendente neste ano, ocorreram muitos acidentes e pedidos de socorro. Muitas pessoas também perderam a vida", relata o mariliense.
São seis horas de subida e o tempo muda repentinamente, colocando em risco a vida daqueles turistas que não utilizam guias, alerta Claudio.
Aliás, os governos das províncias ao redor do monte estudam medidas para limitar o número de turistas, como forma de garantir a segurança no local.
Escalar o monte Fuji exige um bom preparo físico. Claudio explica que são seis horas de subida e quatro de descida.
Com o calor excessivo, é preciso estar bem preparado fisicamente. "É um Vulcao que parece ser facil de escalar. Mas, tem muitas armadilhas que pegam os alpinistas despreparados", alertou.
Pelo fato de estar bem próximo ao mar, o clima muita repentinamente. "Pode cair a temperatura abaixo de zero muito rápido. Além disso, as nuvens acabam fechando as trilhas e os turistas se perdem. Alguns chegam a ficar um dia e uma noite perdidos na montanha até a chegada de socorro".
Recordista brasileiro
Claudio conta que além das 316 vezes que chegou até o topo, outras 13 vezes teve que abortar a missão (faltando 200 metros do ponto mais alto).
O motivo foi sempre por causa das condições climáticas ruins. Tudo pela segurança dos grupos de turistas.
"A minha maior satisfação de subir o Monte Fuji é quando subo com brasileiros pois, como estou há 23 anos sem regressar ao Brasil, a presenca de brasileiros na escalada me faz sentir o Brasil bem próximo devido a alegria, perseverança de todos na subida. Agradeco sempre a Deus por estar vivendo, conhecendo e passando conhecimentos aos meus compatriotas e aos estrangeiros de outros países também. Agradeço sempre pelo carinho que vem deles à minha pessoa. Isso porque com este carinho e afeto, vindo deles, alivia muito a saudades dos meus familiares que estão no Brasil", concluiu Claudio.
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