A trombofilia, a síndrome de Hellp e a pré-eclâmpsia não foram motivos para que a assistente social Analice Bezerra, de 25 anos, desistisse de ter mais um filho. Mãe de Analara, de 7 anos, ela engravidou pela segunda vez em 2015. No sexto mês de gestação, a gravidez apresentou complicações e Bernardo nasceu de forma prematura. O bebê morreu 13 dias após o nascimento. Para tratar as doenças, Analice fez uso de 320 injeções de "Clexane" - um medicamento que ajuda no tratamento da tombofilia, e exatas 39 semanas após o uso do medicamento, Théo veio ao mundo - saudável e pesando 2,325 kg.
Théo nasceu em um hospital particular do Recife no dia 29 de junho de 2016. "Foi uma realização muito grande enquanto mãe. Eu me vi no fundo do poço e a única esperança que eu tinha era esse tratamento [com as injeções]. E, mesmo assim, eu não tinha 100% de garantia de que daria certo. A cada injeção que eu tomava, eu fazia uma oração. Então, foram 320 orações", contou.
A assistente social contou que a gravidez de Théo foi muito difícil "porque foi muito monitorada". Ela fazia o pré-natal de 15 em 15 dias - houve momentos nos quais ela tinha que ir ao médico uma vez por semana.
"Eu vi Théo nascer, perfeito, de olhos abertos... Ele veio direto para mim e o pai cortou o cordão umbilical. [Neste momento] eu vi o poder de Deus em segundos. Só quem perdeu um filho e quem teve a trombofilia vai conseguir descrever essa emoção.", falou Analice emocionada.
Gravidez de Bernardo: A assistente social contou que a gravidez de Analara foi tranquila, e que ela e o marido começaram a planejar um nova gestação quando a primeira filha completou cinco anos. "Quando Analara fez seis anos eu engravidei de Bernardo. No início, a gravidez foi tranquila. No sexto mês vieram as complicações", lembrou.
Após seis meses da gestação de Bernardo, a pressão arterial de Analice começou a subir e ela teve que ser internada. Ela passou 13 dias no hospital e segundo ela, a hipertensão a levou para um quadro de pré-eclâmpsia grave, que evoluiu para síndrome de Hellp. Na época, os médicos explicaram para Analice que a doença poderia levar à morte tanto ela quanto o bebê.
Durante o período de internação, os médicos fizeram o parto prematuro de Bernardo. O bebê morreu no dia em que Analice recebeu alta do hospital.
Analice - por conta própria - começou a pesquisar sobre as doenças e descobriu que a pré-eclâmpsia grave tem relação com a trombofilia. Procurou por médicos que investigaram, fez vários exames e foi constatado a trombofilia e que provavelmente foi herdado da mãe.
"Quando eu fui mãe de Analara eu era diferente de agora, mãe de Analara, Bernardo e Théo. São emoções diferentes. Eu mudei totalmente. A missão de Bernardo foi me transformar. E Théo me completou. O vazio de Bernardo nunca vai ser preenchido, mas Théo trouxe luz para minha família", afirmou.
Fonte: G1
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