Erika Romero Martins, a Érika Bronze, tem 34 anos, é esteticista e empresária. Teve a ideia de ganhar dinheiro com bronzeado quando, aos 15 anos, suas primas e amigas a invejavam pela habilidade em conseguir uma indefectível marca de biquíni, com ajuda de um esparadrapo. Começou na Vila Aliança, mas foi em Realengo, mais distante das comunidades, que viu seu negócio prosperar. Depois de viralizar nas redes sociais, teve a clientela dominada por mulheres que moram perto da praia e até de fora do Rio.
A sessão custa R$ 70, no dinheiro ou no cartão. Depois da terceira, a manutenção cai para R$ 50. "A fita isolante eu monto uma por uma, tem medida cortadinha. Levo de 5 a 10 minutos montando o biquíni de fita. Quando é trans [transexual] demora mais." diz Érika.
Érika acorda às 5h e começa a trabalhar às 6h, quando enfileira as esteiras na laje e corta tiras dos mais de 50 rolos de fita isolante que vão virar biquínis ao longo do dia. Explica que o bronzeamento começa às 9h e termina antes do meio-dia. Prefere o sol da manhã, para evitar a grande incidência dos raios ultravioleta, nocivos para pele. "Não faz mal como o da tarde", diz.
Alerta de dermatologistas
Dermatologistas alertam, no entanto, que a grande exposição ao sol é nociva mesmo pela manhã. Mesmo com o uso de protetor solar, aumenta-se o risco de câncer pele, além de acelerar o processo de envelhecimento.
Érika Bronze argumenta que o tempo de exposição é controlado e que as mulheres usam protetor solar e ficam bem hidratadas.
Com uma agenda lotada, a esteticista atende cerca de 30 mulheres, todos os dias, inclusive com tempo nublado. “A autoestima aumenta muito, elas ficam agradecidas, renova o casamento. As pessoas estão fugindo dos arrastões e, por isso, acho que a laje tá bombando desse jeito.”
Frequentadora há três meses, a funkeira Tati Quebra Barraco, de 37 anos, mora na Taquara e conta que pega um mototáxi para conseguir chegar em 10 minutos na laje.
“Praia é só pra tomar água de coco, comer um peixinho, tomar uma cerveja. Bronze e marquinha tem que ser aqui. A fita isolante é o máximo. Tudo fica melhor depois da marquinha, até na hora de namorar é bem melhor. Não pode ficar o dia todo no sol ou vamos virar carvão. Eu estou aqui toda semana, no verão vai bombar, acho que vai dar confusão. Eu quero estar aqui, vou chegar umas 5h! Aqui é babado e gritaria, é conhecer o prazer”, diz.
Para não dizer que homens não têm vez na laje, cabe a Claudiano da Silva, de 20 anos, uma tarefa fundamental: borrifar água enquanto as mulheres ficam sob o sol. O apelido veio rápido: bombeiro.
“Eu molho elas de cinco em cinco minutos para não esquentar as queimaduras e ajudo a dar água. Minha missão é encher a bomba na bica, regular a pressão e atender quando elas gritam: ‘chama o bombeiro’”, brinca.
Fonte: G1
Envie-nos sugestões de matérias: (14) 99688-7288