Por Ivan Evangelista Jr. *
CAMBUQUIRA - BROTOS E FLORES
E a afirmação continua valendo até os dias de hoje. Terra fértil, terra a vontade para quem gosta de semear e produzir.
Eu fico muito feliz quando encontro estas cenas urbanas. O que antes era um terreno cheio de mato, local de descarte de lixo e entulhos de construção, um verdadeiro transtorno para os vizinhos e moradores do bairro se transforma numa roça agradável de ver. Este terreno da foto está na esquina das Ruas Cláudio Manoel da Costa e Mecenas Pinto Bueno.
Parei lá pela manhã e fiquei admirando a beleza e o verde viçoso das folhas, enormes, espalmadas e abertas para o alto, prontas para receber o orvalho da noite e, assim, ressurgir na luz da manhã como telas de arte. Entremeando-se à folhagem, as flores de cor alaranjada muito forte em forma de cone anunciando que em breve as primeiras abobrinhas vão surgir. Pura poesia.
Tive que me conter para não invadir terreno alheio e colher as pontas que se parecem com fios levemente enrolados. Os brotos são chamados lá nas Minas Gerais e aqui no sertão paulista de Cambuquira. Depois colhidos pela manhã, porque neste horário estão mais frescos, a dica é refogar os brotos (inteiros ou picados) em óleo de oliva e dentes de alho picado e mais a cebola picadinha.
Durante o processo acrescentar um pouco de água para ajudar no cozimento, uma pitada de sal, pimenta do reino para quem gosta e mais um toquinho de orégano e despejar dois ovos batidos sobre os brotos já cozidos. A opção é toda sua, fazer um mexido ou deixar em forma de omelete.
Pronto. Temos aí um prato que só faz bem, aos olhos e para a saúde, além de ser algo muito saboroso é resgate cultural gastronômico dos melhores.
Quantos terrenos abandonados e cheios de mato têm na cidade, no nosso bairro, na nossa rua?
Quem sabe você amigo leitor se anima com esta matéria e após a leitura toma a decisão de fazer o mesmo. Juntar os amigos do quarteirão ou do bairro, escolher uma área que hoje é problema e transformar em solução criativa.
Podemos envolver as crianças nesta atividade, podemos envolver os mais idosos e pedir a eles que nas manhãs e nos finais de tarde reguem as plantas, podemos plantar mudas de Margaridas, Cravos, Dálias e Rosas, e resgatar parte da infância afetiva de muita gente que teve jardim na frente da casa.
Nesta terra, em se plantando, tudo dá! Até mesmo a amizade, a cidadania e o bem estar.
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* Ivan Evangelista Jr, pesquisador e membro da Comissão de Registros Históricos de Marília
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